Capítulo 17
Engolindo em seco, o marido de Melissa
procurou não ceder ao impulso que acomete os homens com culpa no cartório.
Impulso este de de cara tentar se desculpar. Ou seja, ficou um pouco em
silêncio tentando ganhar tempo, pois sabia que o tempo iria fechar feio pro seu
lado. Hum, amor, então. Ah, eu peguei o contato dela quando marcamos a reunião
aqui. Hummmm, vi mesmo o tanto de "contato" entre vocês. Aliás, eu e
todo o recinto, não é, senhor Alberto?? Ah que ódio, eu morrendo de dor de
cabeça, saio de casa para tentar relaxar, entro aqui e dou de cara com meu
marido junto a uma mulher super atraente. E a mão dela no seu ombro, então? Se
demoro mais um pouco, será que a mão dela iria passear pela sua perna também?
Grrrrr.
Alberto sabia muito bem que não adiantava
nada negar. Tá, amor, eu admito. Errei feio. Mas, não fizemos nada de demais,
só conversamos amigavelmente... Não fizeram nada de mal, o escambau, seu
tremendo cara de pau! Nada de demais você diz, mas pensa que não vi seu olho
fixado no decote e nas coxas dela? E o jeito lânguido dela para cima de vc? Só
não se jogou no seu colo por medo do pessoal todo e o que iriam dizer, é bem
provável. Nossa, amor, não sabia que meu passe estava valendo tanto assim. Sem
gracinhas que a sua batata só começou a esquentar! Glup.
Ain, que minha vista escureceu de repente.
Putz, minha cabeça! Ai que essa joça parece que vai explodir... Amor, amor!
Melissa, tudo bem? É mais uma daquelas malditas dores de cabeça, não tá vendo?
Desculpe, fiquei preocupado ao te ver assim...Já vai passar, sempre passa...ah,
eu vou até o banheiro e lavo o rosto, assim a crise logo passa. Está bem,
espero que melhore logo, meu bem...
No banheiro, Melissa lavou o rosto e
desejou fortemente que a dor de cabeça logo passasse. E junto a isso, a raiva
do marido com aquelazinha. Grrrrrr.
Melissa abaixou a cabeça e em alguns
instantes se levantou. Olhando-se no espelho, apesar da aparência cansada,
achou-se maravilhosa. Linda, vitaminada e poderosa! Sou muito melhor que aquela
desgraçada...epa, que eu tô fazendo aqui? Parece que estou no banheiro de um
estabelecimento. Ah, mais uma crise de loucura, pelo visto. Nem sei direito
onde estou...deixa eu sair e perguntar onde estou a algum atendente...
Melissa, você já está bem, meu amor? Ah, é
você, gatão?? Há quanto tempo, não? Onde estamos, afinal? como assim, hã... então, pois é, viemos parar
numa lanchonete. Ué e sua mulher não liga de você estar aqui, neste lugar com
uma moça tão jovem e atraente, como eu? Haha, esse bom humor da juventude é
contagiante. Na verdade, se ela souber, ela me mata, mas o lance é que não
estou galinhando. É sério, não precisa fazer essa cara incrédula. Juro que
estou aqui a negócios, vim conversar com uma cliente, mas ela já se foi. Hummm,
e por que não a acompanhou? Você tem a maior pinta de um elegante cavalheiro
(além de um tremendo gato). Ora, bondade a sua. Bom, eu até iria junto, mas ela
preferiu ir sozinha. E também, logo eu notei que você estava sozinha e assim,
eu resolvi puxar papo. Haha, tá certo, e a propósito, seu filho? Como está?
Aquele dia ele deve ter me achado estranha, aliás eu nem lembro como saí de lá.
Ah, não ligue pra detalhes, o importante é que estamos os dois firmes e fortes.
Olhando para os seios dela rapidamente, repetiu o adjetivo. É, firmes mesmo. E
estamos juntos, eu e você. Que tal esticarmos daqui para outro lugar...?
Humm sei não. Ah, putz, eu tinha que falar
com a Sabrina, aquela vaca. Mas nem imagino onde ela vai estar...pera aí, você
disse, Sabrina? Você tem uma amiga chamada Sabrina? Sim, minha melhor amiga,
por quê? Antes de responder, Alberto registrou mentalmente aquela
informação.
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