quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ruiva, cuidado!

Capítulo 32

Estranho. "Abortar a missão" soa como se eu fosse realmente uma agente ou espiã. Que nada, sou somente uma garçonete sem muitas perspectivas de progredir. Bem que eu gostaria realmente de fazer uma faculdade, mas quem sabe um dia? Ó, sinto muito em ter mentido pro Alberto sobre fazer faculdade, mas não tinha jeito. Achei que assim eu poderia impressioná-lo... mas, deixa para lá. E esse lance todo de agora pouco? Ele estava bem tenso, deve ter acontecido algo grave, provavelmente com seu filho. Ou com sua esposa? Carla, sua louca, chega de pensar nessa família, você já tem a sua, e inclusive mamãe está doida comigo. Vou levar um sermão daqueles... e, já ía me esquecendo, tem o lance do dinheiro, será verdade? Se for, chegará em boa hora. Ok, lar doce lar, estou chegando já, já.
Oi, família, cheguei!. Filhão, vem cá com o papai, vem. Que susto você deu no seu velho, hein, campeão? Nhah, você não é nada velho, você bem sabe disso. Apesar desse fiozinho branco aqui despontando. Mas mesmo assim, pai, você tá novão demais. Haha, família adorada, assim até vou começar a me achar. "Comecar", cara pálida? Haha. Eu não me acho. Sou o que sou e pronto, lá tenho culpa de já ter nascido tão formoso? Língua afiada, como sempre, hein, Beto? Oi, minha sogrinha. Bom, família reunida, certo? Não, pai. Falta alguém ainda. Quem, filho? O Bruno, ué. Hahaha, verdade, né?
E então, como era o carro? Bom, era um carro esportivo, todo branco. Desses bem modernos. E o motorista, deu pra ver? Não, não, foi tudo tão rápido que nem vi direito. Mas, o carro também estava insufilmado, então, não daria para ver muita coisa. A placa então, claro que só vi muito de relance. Só via o Marinho ali no chão assustado. Sim, claro. Alberto, a propósito, venha comigo um instante, sim? Epa, onde vai com meu marido, mamãe? Ora, naturalmente, fofocar sobre você. Claro que não poderia ser na sua frente, né?. Grunf!
E então? Bom, veja este bilhete aqui. Hum, "tome cuidado com certas amizades". Mas, espera, ela não tem muitas amigas que eu saiba. A não ser a Sabrina. Apesar que elas só são amigas nos momentos em que a Mel meio que regride. Como assim "regride"? Ah, você sabe, ela adota aquela personalidade mais jovem (apesar que faz tempo que nunca mais vi isto acontecer). E quando está assim, ela sempre vai encontrar a Sabrina. Você disse "a", você a conhece? Claro que sim. Apesar que coincidentemente essa mesma Sabrina seja secretária do doutor Jorge, o psicólogo em que a Mel tá indo. Hum, entendi. Mas, esse nome... Hum, o que tem esse nome, "Jorge"? Não, "Sabrina". Você sabia que antes já existiu uma Sabrina? Como assim? Bom, será que ela voltou de verdade? Hein, como assim, do que a senhora está falando? Tô entendendo mais nada. Meu filho, se prepare. Hã? Chegou a hora de desenterrar um baú há muito tempo enterrado, dum passado não muito agradável. Vamos lá...
Alô? Sou eu. Ah, não deu muito certo. Bom, na verdade, do nada, ele recebeu uma ligação e ficou estranho e, assim que desembarcamos, disparou para pegar um táxi. Ah, também acho estranho... desculpe, senhora. Hã, o que tem meu irmão? Ok, pode deixar, transmitirei a ele.
Até.
Maninho, a big boss ligou. Me encontra agora? Ok, anota o endereço aí.
Mãe, cheguei. Oi, filha, tá melhor? Sim, bem melhor. É, sua cara tá melhor mesmo. Hum. O que foi, mãe? É que seu namorado ligou pedindo pra falar com você. O quê? Nem a pau que vou falar com ele. Passado, já era. Cuidado, filha. Veja o que está havendo nos jornais com meninas mortas pelos seus ex. Que nada, relaxa, mãe. Trimmmmmmm, trimmmmm. Ih, olha ele de novo ligando. Não vai atender mesmo? Não, obrigada. Você que sabe.
Então ela não vai mesmo atender. Pois bem, se não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém. Você já era, ruiva.
Oi, Natasha. E ae, o que manda? A big boss falhou e quer seus serviços. Humm, sei, só queria saber o porquê de tudo isso. Bom, mas se tô recebendo, então beleza. Mas e o pai? Não, esse a gente não mexe, só a mãe e o filho devem morrer. Estranho, mas tudo bem. Tô ganhando mesmo, então de boa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário