quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ruiva, cuidado!

Capítulo 32

Estranho. "Abortar a missão" soa como se eu fosse realmente uma agente ou espiã. Que nada, sou somente uma garçonete sem muitas perspectivas de progredir. Bem que eu gostaria realmente de fazer uma faculdade, mas quem sabe um dia? Ó, sinto muito em ter mentido pro Alberto sobre fazer faculdade, mas não tinha jeito. Achei que assim eu poderia impressioná-lo... mas, deixa para lá. E esse lance todo de agora pouco? Ele estava bem tenso, deve ter acontecido algo grave, provavelmente com seu filho. Ou com sua esposa? Carla, sua louca, chega de pensar nessa família, você já tem a sua, e inclusive mamãe está doida comigo. Vou levar um sermão daqueles... e, já ía me esquecendo, tem o lance do dinheiro, será verdade? Se for, chegará em boa hora. Ok, lar doce lar, estou chegando já, já.
Oi, família, cheguei!. Filhão, vem cá com o papai, vem. Que susto você deu no seu velho, hein, campeão? Nhah, você não é nada velho, você bem sabe disso. Apesar desse fiozinho branco aqui despontando. Mas mesmo assim, pai, você tá novão demais. Haha, família adorada, assim até vou começar a me achar. "Comecar", cara pálida? Haha. Eu não me acho. Sou o que sou e pronto, lá tenho culpa de já ter nascido tão formoso? Língua afiada, como sempre, hein, Beto? Oi, minha sogrinha. Bom, família reunida, certo? Não, pai. Falta alguém ainda. Quem, filho? O Bruno, ué. Hahaha, verdade, né?
E então, como era o carro? Bom, era um carro esportivo, todo branco. Desses bem modernos. E o motorista, deu pra ver? Não, não, foi tudo tão rápido que nem vi direito. Mas, o carro também estava insufilmado, então, não daria para ver muita coisa. A placa então, claro que só vi muito de relance. Só via o Marinho ali no chão assustado. Sim, claro. Alberto, a propósito, venha comigo um instante, sim? Epa, onde vai com meu marido, mamãe? Ora, naturalmente, fofocar sobre você. Claro que não poderia ser na sua frente, né?. Grunf!
E então? Bom, veja este bilhete aqui. Hum, "tome cuidado com certas amizades". Mas, espera, ela não tem muitas amigas que eu saiba. A não ser a Sabrina. Apesar que elas só são amigas nos momentos em que a Mel meio que regride. Como assim "regride"? Ah, você sabe, ela adota aquela personalidade mais jovem (apesar que faz tempo que nunca mais vi isto acontecer). E quando está assim, ela sempre vai encontrar a Sabrina. Você disse "a", você a conhece? Claro que sim. Apesar que coincidentemente essa mesma Sabrina seja secretária do doutor Jorge, o psicólogo em que a Mel tá indo. Hum, entendi. Mas, esse nome... Hum, o que tem esse nome, "Jorge"? Não, "Sabrina". Você sabia que antes já existiu uma Sabrina? Como assim? Bom, será que ela voltou de verdade? Hein, como assim, do que a senhora está falando? Tô entendendo mais nada. Meu filho, se prepare. Hã? Chegou a hora de desenterrar um baú há muito tempo enterrado, dum passado não muito agradável. Vamos lá...
Alô? Sou eu. Ah, não deu muito certo. Bom, na verdade, do nada, ele recebeu uma ligação e ficou estranho e, assim que desembarcamos, disparou para pegar um táxi. Ah, também acho estranho... desculpe, senhora. Hã, o que tem meu irmão? Ok, pode deixar, transmitirei a ele.
Até.
Maninho, a big boss ligou. Me encontra agora? Ok, anota o endereço aí.
Mãe, cheguei. Oi, filha, tá melhor? Sim, bem melhor. É, sua cara tá melhor mesmo. Hum. O que foi, mãe? É que seu namorado ligou pedindo pra falar com você. O quê? Nem a pau que vou falar com ele. Passado, já era. Cuidado, filha. Veja o que está havendo nos jornais com meninas mortas pelos seus ex. Que nada, relaxa, mãe. Trimmmmmmm, trimmmmm. Ih, olha ele de novo ligando. Não vai atender mesmo? Não, obrigada. Você que sabe.
Então ela não vai mesmo atender. Pois bem, se não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém. Você já era, ruiva.
Oi, Natasha. E ae, o que manda? A big boss falhou e quer seus serviços. Humm, sei, só queria saber o porquê de tudo isso. Bom, mas se tô recebendo, então beleza. Mas e o pai? Não, esse a gente não mexe, só a mãe e o filho devem morrer. Estranho, mas tudo bem. Tô ganhando mesmo, então de boa.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Quem escreveu o bilhete?

Capítulo 31

Carla estava na cola de Alberto. Jorge havia conversado com Miguel. Alberto estava conversando com uma linda modelo. Melissa no salão mudando seu visual. E Marinho quase fora atropelado. Nesse ínterim, havia uma certa pessoa esbravejando consigo mesma como é que não dera certo o que havia planejado meticulosamente. Como ele conseguiu escapar? Joguei o carro pra cima dele, mas aparentemente ele subitamente voltou-se e por isso o carro não o atingiu em cheio. Ainda bem que não havia muita gente por ali. Mas, engraçado, será que alguém o chamou naquela hora? Bom, de qualquer forma, sua hora ainda há de chegar! Primeiro você e depois sua família. Terei minha vingança então...
Senhora, senhora? Está bem? Hã, o que foi, criatura? É que a senhora parecia distante, até parecia outra pessoa... Não entendo o que está querendo dizer. A propósito, quando você termina o... Acabei de terminar, senhora. Senhora, não. Me chame de Melissa. Está bem, dona Melissa. Por gentileza, tem um espelho grande bem à sua frente. Ah, vejamos como ficou. Humm. Senhora?? Ah, criatura, você me deixou mais deslumbrante ainda. Se me permite um comentário, a senhora, digo, a dona não perde em nada para uma atriz global, não sei como uma mulher tão bela pode não ser uma modelo. E quem disse que não sou? Como? Brincadeirinha, queridinha. O lance é que já quis mesmo ser, mas me casei e agora só me dedico à minha família. Ah sim. Ah, querida, preciso acertar, pois meu filho tá precisando de mim. É mesmo, ele foi atropelado, não é mesmo? Não sei como a senhora não se desesperou... É que o anjo da guarda tá com ele. Como? A minha mãe. Ah...
Mãe do céu, como tá o Marinho? Ah, ele tá calmo, tá dormindo agora. E o Alberto? Não o avisei ainda. Ainda não? Quero dizer, então tá. Ah, com esse olhar, sei bem o que você quer saber. Bom, fui buscá-lo e de repente vi um carro indo na direção dele. E? Bom, não sei dizer... por algum  parece que Marinho escutou alguém chamar e ali ele se voltou para trás. Aí, o carro passou raspando perto de onde ele estava. Foram segundos de terror. Foi milagre de Deus isso.... Sim sim, que bom. Que foi, filha, você me parece meio distante hoje. Ah mãe, espera só um pouquinho. Alberto? Primeiramente, afaste-se imediatamente dessa lambisgóia aí. Oi, amor. Como assim, não tem ninguém comi... Está bem, amor, já vi que a coisa é séria. O que houve?
Hã, que bilhete é esse aqui? "Melissa, tome cuidado com certas amizades". De onde será que veio? Filha, que estranho, veja esse bilhete aqui, ó. Só um pouquinho, mãe. E foi isso o que aconteceu. Humm. Já estou a caminho de casa, e pego um táxi assim que chegar aí. Sei, sei, já anotei aqui. Beijo, meu amor. Manda um beijo pro meu filho e pra sua mãe também. Oi, quem era? Era minha esposa, meu filho sofreu um acidente e...
Mãe, o Beto mandou beijo. Hum, e esse bilhete aí? Ué, mãe, mas essa letra é familiar. Até parece que é de alguém que conheço... Ah! Ah! Ah!!!. Calma filha, o que houve? Não sei, de repente, uma lembrança horrível me veio à mente, como algo do passado, mas não lembro o quê. Também um nome me veio à mente, mas por algum motivo não consigo me lembrar. Ai, a minha cabeça dói, tá doendo, tá doendo tanto, faz ela parar, mãe. Melissa, filha, o que há? Melissa? Olá, senhora, há quanto tempo, não? Hein, por acaso... não pode ser. Sim, sou eu mesma, fico feliz que tenha se lembrado de mim. E a propósito, eu escrevi o bilhete e também venho protegendo a Melissa desde sempre. Mas, então, você, você... Ó. Ok, ok, enquanto ela não acorda, deixa eu ver logo com a outra menina. Oi, alô. Pode abortar a missão, por hoje. Por enquanto deixa assim. Depois te explico. A propósito, tá garantido, amanhã deposito seu pagamento por seu serviço. Conto contigo para outras missões dessa natureza. Até logo. Ok, hora de voltar.
Hã, mãe, mãe. Filho, acordou? Mãe, foi horrível, um carro quase me pegou, achei que iria morrer. Está tudo bem, meu filho, agora está tudo bem. Mas e o papai? Ah, logo ele deve chegar aqui.
Ei, táxi!

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Regina Maria

Capítulo 30

Mas e aí? Humm...aí, o quê? Bom, me pergunto que tipo de ensaio seria este. Ah. Um ensaio simples para catálogo de revista. Faço caras e bocas, experimento roupas, calçados e acabo ganhando algumas peças, ao final de tudo. Nada assim, assim de demais. Sei, sei, só sei que você é bonita demais, sabia? E você, muito atirado. Mas, é bonitão. Não gostaria de ser modelo, por acaso? Quem eu? Capaz que daria certo...


Ouvindo tudo ali por perto, tinha uma certa pessoa ruiva. Sim, era ela, Carla. A mando de uma certa pessoa, foi seguir Alberto e relatar seus passos. Ah, o danado me disse que era fiel, porém olhe já estava dando em cima de outra mulher novamente. Hunf!! Aff, os homens não prestam mesmo. Tudo bem que ele é um gato e tanto, mas não presta nenhum pouco. E isso porque ele deu em cima da atendente número 1, da número 2. Argghhhhh. Apesar que, pera aí, estranho, essa moça, parece que já a vi em algum lugar...ah, Carla, sua louca, fica aí pensando nessas coisas, se concentra no que está fazendo. Não ía seguí-lo e tal? Pois bem, primeiro, eu tenho que me esconder com esse jornal aqui, para ele não me notar. Humm, nesse jornal aqui tem uma figura estranha, deixa eu ver. Um garoto robusto comendo mortadela. Parece que é pra ilustrar o texto. Bom, não tenho nada melhor pra fazer, então, bora ler.

Mortadela, porque eu te quero (só que não)

"Bentinho adorava comer de tudo, principalmente se fosse carne. E antes de dormir, nunca deixava de fazer uma boquinha. Pois bem, eu já ia contar o que aconteceu com Bentinho, mas antes disso, preciso descrevê-lo. Um garoto forte e saudável, oito anos, boa-pinta, filho único, de classe média e tal. Por que a descrição? Ah, por que deu vontade. Bom, mas e então falávamos sobre o Bentinho, certo? A cor dos olhos dele...ah isso não importa, o que importa é que estou enrolando de propósito mesmo.
               Um dia desses aí, Bentinho encheu a pança e mandou ver num sanduíche bem recheado de carne, mussarela, mortadela, queijo, presunto, enfim, muitos frios. O lance é que Bentinho era comilão mesmo e os pais faziam seu gosto, portanto, encheu a pança com gosto.
Mas, o que aconteceu depois, será que eu conto ou não conto? Bom, acho que com certeza você não vai ser louco de ficar pra ver o que é, então, acho que já vou me indo. Ué, ainda está aí? Ok, você tem coragem, então eu conto.
               Bom, o garoto guloso foi comer mortadela (sua “guloseima” predileta) enquanto brincava perto da banheira. Num determinado momento, ele deixou cair sua mortadela dentro da banheira, que estava cheia de água. Quando foi pegar a mortadela de volta (pois queria acaber de comer), percebeu que a mesma tinha um formato gozado. Parecia até um...um cachorro! Isso, isso, parecia um cachorro. Assim, em vez de tirá-la da água, ficou brincando com ela ali mesmo, fingindo que era um cachorro. Quando a soltou, de repente, ela notou que ela começou a se mover sozinha. Er, caro leitor, posso mesmo contar o restante? Ah, bom, não diga que eu não avisei. Pois bem, a tal mortadela em forma de cachorro estava se movendo sozinha e Bentinho maravilhado aos poucos percebeu que a mesma começou a ficar mais parecida ainda com um. Então, ele a tirou da água, colocando-a no chão. E de repente, eis que a mortadela levantou-se e o garoto notou que ela agora tinha...pêlos! Sim, sim, é o que você está imaginando mesmo, a mortadela passou a desenvolver pelos e a se metamorfosear em um cão de verdade. Um lindo e inocente cãozinho. Ao terminar a transformação, o cão começou a olhar fixamente para Bentinho. O menino estava maravilhado pois nunca tivera um cachorro, embora sempre quisesse ter. Queria tanto afagar o cão e assim o fez e o bicho contribuiu ficando mansinho, mansinho. Mas, mesmo assim, olhava fixamente o garoto com um olhar estranho, estranho... Enfim, leitor, o lance é que o garoto tinha ganhado um cão da mortadela que ele havia tentado comer. Ops, eu falei, em comer? Ai ai. Pois bem, meu caro leitor, o garoto em sua inocência não podia imaginar o que viria depois. Mas, será que conto? Ops, também não precisa me ameaçar agredir, conto logo, não vou querer apanhar.
Pois bem, o cão, que já não era mais mortadela, ficou amiguinho do garoto e tal, mas assim que o garoto virou as costas, não notou que o cão começara a mudar de novo. Mas, dessa vez não para outro bicho e sim, de tamanho, ficando bem maior e com garras e dentes afiados. Do nada, só se ouviu um rosnado frio e o garoto gelou. Hein, o que há com você? Voltando para o “cãozinho”, aí que ele notou que não era mais um cão e uma fera, prestes a atacar. Instintivamente, o garoto olhou em volta para ver se tinha algo para se defender, mas não havia nada por ali, nem mesmo um rodo ou algo assim... Rosnando mais uma vez, o animal aprontou para se atacar o garoto e foi direto no pescoço. Dando seu último suspiro, o garoto olhou a fera bem nos olhos e prometeu nunca mais comer mortadela. Mas já era tarde demais...
- Ah!!!!!!!!!!!

- O que foi, Bentinho? Mãe, um pesadelo horrível, a mortadela me matou e...ecaaaaaaaaa, tira essa mortadela, nunca mais como isso na vida, nunca mais...nunca mais...nunca mais..."

Que merda de história é essa? Meu, que nojo, será que o autor é vegano ou algo assim, ou um mero sarcástico total? Só que sei que, urrghhh, se eu visse mortadela agora na minha frente, iria vomitar com toda certeza, ecaaaaaaaaaaaa.Hum, pera aí, deixa eu me concentrar no que eles estão fazendo ali...
Um pouco Do nada, lhe caiu ao colo uma maleta cheia de coisas, perucas, óculos escuros, até parecia material de detetive. Ah, desculpe, eu pego para você. Ah, tudo bem, não precisa. Humm, hein, moça, acho que isso aqui é para você. O quê? Vá ao banheiro e coloque essa peruca loira e esses óculos escuros. Assim, sua missão ficará mais tranquila. Como você...? Ah não importa, foi só o que me pediram para fazer. Boa sorte. Dizendo isso, levantou-se e foi embora, sem dizer mais nada. Meio surpresa, Carla resolveu seguir o conselho e foi ao banheiro se disfarçar. Voltando, ficou mais naturalmente observando o casal, só que bem discretamente.

Em outro lugar, longe dali, uma conversa se desenrolava. Olá, doutor, como vai? Eu vou bem. Sr. Angelo Fontes, certo? Ah, não, não, o senhor se enganou, sua secretária não me informou meu nome artístico? Sou Miguel Rosa, prazer. O prazer é todo meu. Mas, sente-se, por favor. Meu motivo para contactá-lo é simples. Ah quanto tempo, o senhor vem trabalhando para a senhora Sabrina? Não sei do que está falando, doutor Jorge. Eu e ela somos velhos amigos e isso é tudo. Hum, não tente me enganar, senhor Alejandro Alvarez. Como? Este é seu nome de batismo, certo? E a propósito, investiguei sua vida: de fato, é um ator renomado, porém, não é brasileiro, mas sim argentino, porém vindo para cá na infância (embora não tenha mais sotaque). A Sabrina você conhece sim há muito tempo, mas não é só amigo dela, como também vem trabalhando para ela há um certo tempo. E inclusive, sei que é amante de uma certa moça chamada Natasha, a qual trabalha para a dona Sabrina como uma espécie de faz-tudo. Está surpreso? Seu olhar já diz tudo. É, de fato, não posso negar que estou bastante surpreso, mas exatamente o que o senhor quer comigo? E afinal, pelo visto deve saber que ela não se chama Sabrina. Ah, isso eu também sei, ela se chama Regina Maria. Humm, e mesmo assim a contratou. É estranho. Bom, meu belo rapaz, o que quero contigo é o seguinte: quero que descubra em específico o porque a Sabrina veio trabalhar para mim (aposto que há um motivo por trás disso), e também por que ela persegue tanto o marido da Melissa. Ou devo dizer, por que ela persegue a Melissa? É algo que quero que descubra para mim. E a propósito, sei que pro senhor será complicado trabalhar como agente duplo, mas quero que saiba de uma coisa: (olhando-o nos olhos) ou o senhor descobre e me transmite as informações que quero saber, ou posso tranquilamente enviar provas à receita federal de quanto tempo o senhor vem sonegando seus impostos, e também posso processá-lo por uso de identidade falsa. Ah, e mais uma coisa, antes que saia por essa porta a fora. Essa nossa conversa foi gravada, caso aconteça qualquer coisa a mim, o senhor vai imediatamente preso, estamos entendidos? Sim, doutor Jorge, o que me pede eu posso tranquilamente fazer. Ok, bom garoto. Mas, não sairá de mãos abanando, não, espere aí, eu ía me esquecendo, que cabeça a minha. Tome cá. O que é isto? Achou que eu iria te ameaçar, mas sem pagar? Tome, um adianto pelo seus serviços. Oh, obrigado, senhor. Sei que não se arrependerá de trabalhar comigo. Sei que não. Tenha um bom dia. O senhor também.
Senhora, senhora, está bem? Eu? Como assim? Por que não estaria? Não, é que de repente a senhora pegou o telefone e ligou desesperadamente para um certo número e começou a falar coisas, que nos assustaram. Ah, isso. São só algumas preocupações de mãe, coisa boba, pressentimentos que tenho, aí estava tentando resolver as coisas. Mas, enfim, vamos voltar aos trabalhos, como está indo o o corte? Ah, senhora, estou quase terminando, mais alguns retoques e tudo estará terminado. A senhora ficará mais linda que nunca. Só não entendo como quis cortar esses longos cabelos negros, tão bem cuidados. Ops, falei demais, afinal é minha cliente. Hahaha, tudo bem, quis dar uma mudada mesmo, sabe como é. Mas, ei, espere só um minuto. Minha mãe ligando. Ué, mas o telefone nem tocou... (toque moderno de telefone). Ah, oi, mãe. O quê? O Marinho foi atropelado? Ufa, ainda bem que foi só um susto. Hum, então, o carro tentou atropelá-lo na porta da escola? É, eu sei mãe, algo também me diz que devemos tomar muito cuidado. Vou já ligar pro Alberto. Beijo, mãe. Senhora? Onde estávamos mesmo? Bom, por favor, termine meu cabelo, depois eu ligo pro meu marido.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Aquela modelo que encontrei logo ali...

Capítulo 29

Ah, sua besta, tem nada de demais, afinal ambos estavam ali, por acaso. E era uma brincadeira da moça, então? Ufa, ainda bem. Apesar que isso me arrepia, que coisa mais sem graça, afe. Bom, esquece. A noite já era e eu vou é fazer o que preciso, que é descansar. Isso aí. Chega de gatinhos por hoje, ou mesmo, moças malucas. E que pena que o menino parece não curtir garotas...mas, então por que será que ele me abordou? Estava na cara minha carência e tristeza, e ele queria me fazer companhia? Ou será que eram joguinhos daqueles dois. Afe, melhor mesmo eu ir logo embora... Pra mim, já deu.

****************** No outro dia cedo 

Bom dia, moça. Bom dia, senhor, em que posso lhe ser útil? Ah, em muitas coisas. Como disse, senhor? Ora, ora, disse que poderia ser útil em muitas coisas. Por exemplo, gostaria de reservar uma passagem pro próximo vôo, que sai às nove. Tudo bem, senhor. Existe algo mais que posso fazer pelo senhor?  Humm, vejamos... qual o seu número? Hein? Seu número. De telefone. Alberto? Hum, quem me chama com voz tão doce? Ó, Carla, é você? Moça, com licença.
Já estava flertando novamente, é? Ora, ora, por quem me toma? Mas é claro que eu estava reservando uma passagem de vôo com essa tão bela atendente. Hã, tô sabendo. Mas e já vai assim tão cedo? Pois é, combinei com a Mel que voltaria hoje e não estou a fim de levar as contas. Hahaha, que pena. Eu ainda vou ficar por aqui uns dias. Humm, já tomou café da manhã? Me acompanha? Claro, claro. Digo, por que não? Moça, por favor, uma reserva no vôo. Ok, está feito, senhor.
E, como foi à noite, duvido que tenha ficado no hotel. Mas, é lógico que não! Haha, conheci até uma dupla linda, mas meio estranha. Hum, dois rapazes bonitões? Tá podendo, mesmo. Também com esse charme todo, até eu. Não é nada disso, seu bobo. Eram dois irmãos, só que meio estranhos. A menina me beijou na boca e tudo. Vê se pode? Hahaha. Uia, arrasando os corações femininos também, Carlinha, aí sim, hehe. Que bom que sua noite foi ótima. Ótima uma ova, não peguei ninguém, e nem me diverti também. Ah, já eu me diverti e muito com a última da Mel. Hummm, por quê? Ela inventou uma mudança de visual, só que pra me torturar, disse ao telefone que seria algo radical, mas não contou de jeito algum o que era. Ué, não entendi, não tinha que se divertido? Ironia, minha cara. Ah, sei, vou fingir que entendi. Tá legal. Mas me conta mais de você. Tem pets em casa? Que nada, eu tinha um hamster, mas morreu faz pouco tempo. Sei. E você? Nós não temos, somente minha sogra que tem um belo cachorro. Bruno. O quê? Bruno é o nome do cachorro. Humm, que legal. Você está meio inquieta hoje, o que é? Ah, impressão sua. Sei, sei. Não seria medo de minha mulher, né? Não, é bobeira minha. Humm, o que é? Diga-me, sim? Humm, pode ser loucura da minha parte mas, sabe o tal casal de irmãos que falei. Humm, tô sabendo. Então, tenho certeza que já os vi antes. Sei, isso está começando a ficar suspeito já, haha. Não brinque, é coisa séria isso. Muito séria, aliás. Eu tenho certeza absoluta que lá no restaurante eles também estavam. Humm, será? Vixi, então minha mulher resolveu contratá-los pra vigiar meus passos, só pode. Humm, faz sentido, deve ser isso então. Mas, ei, você diz isso com toda essa calma do mundo? Eu, hein? Ora, ora, para que me esquentar à toa? Mas, me faz um favor? Humm, dois. Eles-estão-aqui-agora? Humm, não. Nem sinal deles. Humm, então, está bem, o caminho está totalmente livre pra eu te agarrar aqui mesmo. Não tem quem vá me entregar mesmo, não é? Ah, cachorro! Me respeita e respeita tua mulher também, rum! Mas, eu respeito, oras. Respeito tanto que eu valorizo aquilo que acho bonito. Sei. Me acha bonita, então? Não acho. Tenho certeza. Haha, vocé é um tremendo dum Don Juan mesmo, sabia? Mas, estou vacinada contra você, já. Já? Mas que pena... epa, já tá chegando a hora do vôo. Hummm, ah sim... Bom, menina, obrigado pela companhia nesta viagem, vou indo então. Quando voltar, me avisa, quero levar meu Marinho lá no restaurante, pra que ele tenha o prazer de ser tão bem atendido quanto o pai sempre é. Ain, que fofo, mas leva ele sim. Quero só ver se ele é tão bonito quanto o pai. Bom, ele é a minha cara, então já viu, né? Convencido. Haha, eu sou eu. Ok, até a volta. E cuidado com o tal casal, hein? Ora, você que tem tomar cuidado com os tais detetives. Hahaha, tomarei sim. Beijo, ruiva. Beijo, Alberto.
Atenção, passageiros pro vôo das nove que sai daqui a pouco. 
Ei, moça. Moça! Hein? Você deixou cair isto aqui, acho que é sua carteira. Ó, muito obrigada. Eu... Está tudo bem com você? Está sim, só estava meio distraída e cansada mesmo. Ah, essa maleta, é empresário? Pelo visto, viagem a negócios, não é? Humm, que perfume bom. Como? Sim, é uma viagem a negócios e agora a volta pra casa. E você? Viagem a negócios também. Vim.fazer um ensaio aqui. Sei, é modelo então? Sim, quero dizer, aspirante. Humm, interessante. Ah, meu nome é Alberto, e o seu? Ah, o meu? Natália. Prazer. O prazer é todo meu.