quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Os irmãos notáveis

Capítulo 28

Carla saiu pra balada, enquanto Sabrina estava com um homem que encontrara por acaso. Ambas pensando em Alberto, embora as intenções fossem diferentes. Ou será que eram as mesmas? Vai saber... Enquanto isso, ele estava ligando pra sua esposa...
E aí, meu amor, como estão as coisas aí em casa? Ah, bem. Você não ía voltar pra casa ainda hoje? Até que eu queria, mas a reunião demorou muito e só tem vôo amanhã cedo. Sei, sei. Humm, por que estou ouvindo risinhos de mulher aí? Está acompanhado, cachorro? Ah, bem que eu queria estar, mas não deu certo. Como é que é? Haha, estou brincando, obviamente. É que está passando um filme aqui e tem uma cena de duas mulheres às gargalhadas. Ah sei. Amor? Humm. E a mudança, o que fez? Só saberá quando chegar aqui. Ah, filha da mãe. Mas, eu te adoro mesmo assim. Sei, com tanta mulher dando em cima de você, fica difícil de acreditar nisto, mas vou te dar um crédito de confiança. Ah, muita mulher dando em cima? Que nada, amor. Sei, sei. Ah, amor, vou dormir já. Amanhã nos falamos. É assim, já me dispensando, né? Sorte que eu adoro essa sua barriga de tanquinho e essa barbixa sexy. Opa, desde quando eu sou assim? Haha, pensa que é só você que manja das tiradas? Droga, você me pegou de jeito agora. Amor, agora é sério, tenho que ir. Amanhã cedo tenho mais  um encontro com os japoneses. Ok, então. Sonhe comigo, amor. Sei não, acho que hoje eu vou sonhar com o Johnny Deep, isso sim. E eu com a Juliana. Que Juliana? Ora, a Paes. Ah tá, mas não vai abusando da sorte. Beleza, paixão da minha vida. Te ligo amanhã cedo. Te amo. Te amo também, meu lindo. E sou mesmo. Convencido! Haha, tchau. Tchau.
Na balada, Carla estava parada a um canto, pensativa, e em cerca de duas horas já fora abordada por duas mulheres e seis homens (não necessariamente nesta ordem e ao mesmo tempo), mas recusara todos os convites. Ah, se ele estivesse aqui... Só que não, Carla, ele é mais velho e com certeza nesta noite não deve estar sozinho. Em um certo momento, achou ter avistado uma certa pessoa. Olhando novamente, viu um moço forte, bonito. Não hesitou e foi atrás dele. Alberto? Humm, olá, gatinha, mas, meu nome é Roger e não Alberto. E o seu? Ah, bem, eu estava procurando outra pessoa... Sei, sei. Enquanto não encontra seu amigo, que tal dançar um pouco?? Ah muito obrigada, mas estou...hã, com amigas e vou encontrá-las. Hum, então, tá legal. A gente se vê por aí, então. É, quem sabe, talvez?
Carla, sua tonta, mas que gatinho e você deixa escapar assim? Meio tosco, bombadão, jeitão de marombeiro e com tatuagem nos dois braços. Sei lá, tipo estranho. Gatinho, mas esquisito. Ah, deixa quieto, nem sei porque vim pra cá mesmo, com essa cara de enterro que devo estar. Epa, epa, nada de derrotismo. Bora retocar a maquiagem e tentar curtir a balada. E se outro gato aparecer, agora eu pego, não serei besta novamente. (Humm, o banheiro tá vazio, só eu e essa moça. Nossa, que linda, cara de modelo. Corpão e um cabelo maravilhoso. E esse sapato então? Gente, que tudo).
Oi. Oi. Curtindo muito o ambiente? Mais ou menos...não estou com muito clima pra pegação hoje. E os boys são meio fraquinhos. Hum, sei. Então, que tal mudar um pouco o foco, queridinha? Bora variar um pouco...humm, cabelos sedosos e lisos. Cor do fogo...e seus olhos então. E estes lábios, então? Ei, ei, pode ir largando meu braço. Essa não é minha praia. E você por acaso já experimentou pra saber se curte? Eu...eu, argggh, me larga, sua nojenta. Aí, tô fora, affee. Fui! Ah, ruivinha, como é bobinha, não sabe o que é bom.
Arggghhh , que mina chata, ainda me beijou à força. Nojenta, eca! Ei, ei, tudo bem com você? "Alberto"? É Roger. Ah sim, estou bem, não precisa se preocupar. Sei, sei. Se precisar de uma companhia legal, estarei aqui. Ah, Roger, não me apresenta sua amiga? Ah, Natasha. Esta é...qual seu nome mesmo, moça? Ah, lembrei de um compromisso urgente agora e tenho que ir logo. Fui! Haha, o que deu nela, parece que viu um fantasma. Ah, meu beijo no banheiro deve tê-la assustado. Natasha, sua peste, aprontou de novo, não é. Até com nossos pais você já aprontou. E até com você que é meio tolinho, inclusive. Humpf, pois é. Ah, maninho, mas vem cá, desde quando você se interessa por mulheres? Ora, ora. Desde sempre, claro. Ah sei, é fato que você sempre sai com mulheres, mas... Mas? Ora, você já me entendeu. Hahahaha. De fato, mulheres não fazem parte da minha preferência, mas sua companhia me é extremamente vantajosa, e você sabe por quê. Assim, age você fingindo ser lésbica e pelo mesmo motivo. Bingo, bingo! Ora, ora, maninho, a vida é assim, pois, pois. Ah, mudando de assunto, ela ligou. Ela quem? Como quem? A Big Boss. Hum, e?. E tava nervosa. Hum, o de sempre, então. Pelo jeito, ela quer que aceleremos logo o processo todo. Sei, sei, já entendi. Mas, ela disse algo de concreto? Não muito. Ok, enquanto ela não dá uma ordem mais específica, que tal curtir aqui? Ah, aquele gatinho ali, tá vendo? Que tem? Bora lá? Humm, simbora sim. Mas eu que pego desta vez, ok? Humm, tolinha, mesmo.
Carla, que não havia fugido pra tão longe, ouvira boa parte da conversa. Ufa, então era uma brincadeira? Menos mal, até. De muito mau gosto, mas isso me deixa mais aliviada. Humm, mas que estranho, já vi aquele cara antes, agora que reparei. Hum, mas onde, meu Deus? Ah, lembrei. Lá no restaurante, esse rapaz e uma moça... Pera aí, e a moça era notável. Ah, a moça do banheiro!!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Marina? Não, Carla

Capítulo 27

Já viu um vulcão prestes a entrar em erupção? E um tornado? E se você estivesse numa situação entre ambos? O que iria fazer? Eis a seguinte situação: ambas mulheres extremamente simpáticas, mas obviamente estavam numa disputa de quem mais se xingava mentalmente, mas sem deixar transparecer nada. E o alvo de toda essa disputa? Este estava totalmente relaxado, como era mais seu perfil.
Olá, queridinha, pelo visto já me conhece. Pelo visto, as ruivas chamam mais a atenção, não é, que-ri-da? Ah, com certeza, as suas sardas chamam por demais atenção, ainda mais que esse cabelo cor-de-fogo seu aí. Qual a tintura que você usa, hein? Essa cor tá bem convincente, até parece natural. E é natural, Sabrina. Ó, você entende de cabelos, "Beto"? Aliás, até agora não fomos apresentadas. Moça, eu sou Sabrina, e você? Me chamo Carla. Ok, agora que já nos conhecemos, que tal dizer o segredo dessa cor tão exuberante? Humm, e se eu dizer que é natural? Humm, sei. Ei, Beto? Humm, o que foi? É que agora que notei que ela lembra muito aquela menina da novela das sete. É verdade, não tinha reparado nisso. Você fala daquela menina Marina? Sim. Ainda mais, agora que ela está feia e desgrenhada. Ah, perdão, querida, não foi minha intenção te ofender. Juro, ó. E por que eu iria me ofender? Afinal adoro aquela atriz, desde pequenininha e é uma honra parecer um pouco com ela. Ah gente tá ficando tarde, preciso ir. Ah, Alberto, obrigado pela companhia. Ei, como assim, esqueceu que você também ía naquele compromisso? Humm, é verdade, não sei o que me deu que ía esquecendo. Sei, você queria fugir só porque vamos falar com os japa? Hehe, é isto mesmo. Ah, querida, você fala japonês? Ah...não, não, quero dizer, não vou falar nada, estou indo somente para assessorar o Alberto, no que ele precisar. Ah sei, além de garçonete é também secretária nas horas vagas. Então, tá. Betoo, quando vamos nos ver novamente? Achei que iriamos passar um tempinho juntos, faz tempo desde a última vez, não é? Aquele último beijo então... Caham, ahn, depois eu te ligo e a gente combina algo. Humm, está bem, então, seu chato. Beijinho. Ah, querida, foi um prazer conversar com você, Marina. Meu nome é Carla. Ah, tanto faz, haha. Betinho, até mais, meu querido. Até mais, Sabrina.
Seu safado e sem-vergonha! Ei, porque isso, tão de repente? Estamos nos dando bem, não estamos? Ah, sim, estávamos até sua querida amiguinha vir aqui e te recordar os momentos tórridos de vocês. Você não havia dito que nunca traiu a sua esposa? Exatamente isso. Cretino, e ainda nega o fato de que já saiu com aquela morena belzebu? Bom, pra falar a verdade a gente numa ocasião tinha sim combinado de sair mas a Melissa jovem interrompeu. Quem? Ah, esquece, não é importante. Sei, e porque não negou nada do que ela falou? E, porque você também não negou que iria comigo falar com os japas? Bem...ah, não mude de assunto. Já vi que homem é tudo igual mesmo. E eu acabei de notar que você fica linda com esse rostinho vermelho de raiva. Muito sexy. Ei, quer parar de fugir do assunto? Se você me der um beijo, aí penso nisso. E se eu não quiser? Ah, mas que rosto mais lindo, todo branquinho. Seu rosto é angelical, já te disseram isso? Ei, para de me enrolar...humm, acha mesmo? Chegue mais perto para eu te contar uma coisa... É, e o que seria? Então... trimmmmmmmmm.
Seu telefone está tocando? Ah, mas não vou atender, deve ser meu ex me enchendo o saco. Ou então... Ou então? Pera ai. Alô? Carla, onde você está? Ah, mãe, peguei um vôo e vim espairecer. Só volto pra casa daqui a dois dias. Tá louca, menina, e o trabalho? Peguei folga por uns dias. Sei, sei. O Bruninho passou por aqui e tava preocupado com você. Vocês terminaram de novo, não é? Humm, ele terminou comigo porque está gostando da Mila, aquela nossa vizinha da esquina. Ah meu pai, vocês adolescentes. Mãe, já sou adulta, esqueceu? Enfim, filha, onde vai passar a noite? Ora mãe, claro que num hotel daqui onde estou. Sei, vê se toma cuidado com os homens, minha filha? Sim, mãe, eu sei. Tomarei muito cuidado, principalmente com os casados. O quê, minha filha, tá se envolvendo com alguém casado? Oxe, pera aí, parece que escutei alguém do seu lado, tá com algum homem aí, filha? Não, mãe, estou num lugar cheio de pessoas, mas estou...sozinha de tudo, é isso mesmo. Sei. Vê se se cuida, menina. Ok, mãe, beijo. Vê se me liga sempre. Pode deixar. Beijo, mãe. Beijo, minha vida.
Era minha mãe. Hum, ah sim. Legal. Onde paramos, mesmo? Ah, Alberto, na boa. Não vai dar muito certo isso. Isso o quê? Você sabe...enfim. O dia foi maravilhoso, você é uma ótima companhia, mas eu quero ficar sozinha. Briguei com o Bruninho, minha vida tá complicada, eu tô aos pedaços e ainda estou tentando juntar os cacos. E você tem a Sabrina ... Correção, eu tenho a Melissa. Mas está bem, se prefere assim. Pegue este cartão, tem aqui meu telefone e anotei atrás o endereço do meu hotel. Se se sentir sozinha, já sabe a quem procurar. Sabia que você é um amor de pessoa? Sabia sim, além de ser muito bonito, modéstia à parte. Haha, seu terrível, por sua causa, já me sinto bem melhor. Mas, depois nos falamos. Vê se me liga. Ok, talvez eu ligue sim.
Ain, Carla, sua burra, porque você foi desperdiçar a chance que ele te deu? Mesmo que ele seja um galinha, ele é muito atencioso e bonito. E tem a sua esposa, que mulher maravilhosa e deslumbrante. Nem parece uma mortal, está mais para uma deusa. Ah, Carla idiota, liga pra ele logo, o que está esperando? Hummm, ligo ou não ligo? Ah, ligo sim e é já. Trimmm. Tu tu tu. Xi, tá ocupado. Deve estar falando com a Sabrina, aquela nojenta, affe. Bom, deixa pra lá, amanhã é outro dia. Simbora dormir. Hummm, não, não, eu vou é pra night mesmo.
Foi bom pra você? Humm, demais, e você? Ah sim, claro, foi bom também... Tá pensando em algo? Nada de especial... Trimmm trimmm. Alô? Sim, é ela falando. Sei, sei. Hummm, então ele está sozinho mesmo? Sei, sei. Continua na cola dele aí. Até mais. Quem era? Ah, um detetive que contratei pra seguir meu namorado galinha. Ah, sei. Está bem então. Ei, já está indo, gata? Já. Hum, então tá. Se cuida, a gente se vê por aí. Sim, a gente se vê sim. Até loguinho.
Ahh, Melissa? Como está, meu amor? Tá tudo bem por ai?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Encontro inesperado (será?)

Capítulo 26

Olhos vivazes e jeito maroto, eis Carla. Esperta e inteligente, além de estar no frescor da juventude. Será que teria uns dezesseis ou dezessete anos? Humm, será que seria de mau tom perguntar-lhe a idade? Alberto, você tá me ouvindo? Hum, ah sim. Ah sei, aposto que nem prestou atenção direito. Ah, mas também minha conversa deve ser bem chata para alguém como o senhor... Ah, ouvi sim, só estava absorvendo as ideias já que você fala rapidamente. Não faça essa cara, não estou recriminando-a por isso, hahaha. Ah, sei, sei. Mas, de fato, essa conversa de briguinha de namorados no que iria interessá-lo? Ei, eu decido se acho algo ruim ou não, está bem. E além do mais, se me permite dizer uma coisa. Humm, o quê? Você é muito bonitinha, esse camaradinha não sabe o que está perdendo, isso sim. Ah, obrigada pela parte que me toca, mas nem sou tão bela assim. Ainda mais, aos olhos do senhor que é casada com uma mulher tão bela e poderosa quanto aquela. Ah, e se eu disser que essas suas sardas aqui, ó, são um tremendo charme. E seus lábios... Meus...lábios? O que tem eles, algo errado? Sim, seus lábios...parecem ser tão macios...e apetitosos. Huummm. Senhor, com licença? Hummmmmmmm, pois não? Gostaria de um drinque? Não, obrigado. E sua acompanhante, aceitaria uma taça de espumante? Ah...não...não, obrigada...não bebo muito.... Está bem, estarei à sua disposição, caso deseje algo. À sua inteira disposição. Frase dita, com os lábios entreabertos e em seguida olhar fulminante para a moça. Humm, onde paramos, mesmo? Ah, não sei. Estávamos conversando...aí a aeromoça chegou...me olhou feio. Ai, que vergonha. Como assim, vergonha do quê, menina? Ah, o senhor é casado e um grande empresário. Não fica bem me beijar aqui, assim "à frente de todos". Ah, esse é o problema? Hahaha, está bem, vamos adiar então a diversão. E não me olhe assim, com essa cara de culpa, pois está tudo bem. Você é sempre assim tão despreocupado? Ah, a vida não foi feita pra se perder tempo com detalhes ou preocupações. O lance é viver. Carpe diem, sabe o que é isso? Humm, sei sim. Ei, tá me chamando de burra, é? Não, não, é que nem sempre as pessoas entendem as expressões clássicas. E a propósito, tirando que terminou com um namoradinho, é garçonete e linda de morrer, não sei nada de você. E de você, também não sei nada, só que é casado e... E, o quê? Um gato que adora flertar com todas. Haha, só com as que valem a pena. Mas de mim, não há muito que falar. Sou gerente de uma imobiliária, embora volta e meia também atue como vendedor. Sou extremamente vaidoso e gostoso, e acho que sim, o mundo está ao alcance da mão, tudo é possível. E você? Bom, tenho vinte anos recém completados e faço faculdade de artes visuais. Sou falante e um pouco tímida, mas não me acho inferior a ninguém, em nada, exceto talvez comparando-me a beldades. Já quis ser modelo, mas já desisti e hoje só trabalho para manter a faculdade. Não sou tão inteligente, mas entendo aquilo que é necessário. Não sou muito de ler clássicos, mas gosto de uma boa história. Não sou muito detalhista, mas jamais esqueço um rosto que me chame a atenção. Humm, interessante. Então, o meu deve estar bem guardado faz tempo na sua memória, ou não? Ah, já vi que você é convencido e metido a palhaço também. Não, somente bonitão mesmo. Ou você acha que eu não estaria ciente da minha própria beleza? Haha, você é impossível mesmo. Mas e então, já sabe tanto sobre mim que até me contrataria. Ou vai dizer não gostou do meu perfil? Perfil, pernil, digo, suas qualidades são extremamente visualmente apreciáveis com certeza. Mas não te contrataria jamais, de forma alguma. E, por quê não? Uma esposa ciumenta, essa é a resposta. E também, gosto que minhas conquistas estejam fora do meu alcance, pois gosto do desafio. Hummmm, posso te perguntar uma coisa? Até pode. Bom, há quanto tempo é casado? Já fazem alguns bons anos.... Humm, e sempre a traiu? Nunca a traí. Ah, conta outra. É sério, por incrível que pareça, nunca deu certo. Sempre algo acontece...ah, mas não quero falar disso. Sabe que te achei interessante? Só por causa das sardas? Não, não, pela personalidade mesmo. Estamos tendo uma conversa muito agradável. Sei, apesar de você não parar de olhar meus seios. É que tenho olhos muito rebeldes e eles nem sempre me obedecem tão bem quanto minhas mãos. Hein, o que tem suas mãos? Não é óbvio? Se não as controlo, eles irão querer percorrer você toda. Nossa, você é assim sempre tãaaaao direto? Só sou objetivo e prático, minha cara, e sempre vou com tudo quando quero alguém. Ah, ei moça, aqui, por favor. Sim, senhor. Dois martinis duplso, por favor. Pois não, como queira. Ei, ei, nem me consultou se eu também quero. Hummm, está bem, então, você gostaria então de me acompanhar neste drinque? Quero comemorar. O quê? À nossa amizade e também a algo mais. Mas não falemos e sim bebamos. Tim tim. Tim tim.
Ah, chegamos ao destino. Ainda tenho cerca de meia hora pro meu encontro. Gostaria de me acompanhar ou tem outro compromisso já agendado? Humm, não sei. Bom, só se me disser para onde pretende me arrastar. Que tal, para comer num restaurante? Eu, num restaurante? Tá tirando onda comigo, certo? Bom, se preferir, podemos escolher outro local, então? Humm, duvido que você me acompanharia num dogão. Rá, já que estamos aqui mesmo, por que não? Vamos lá.
Ei, Alberto, Alberto? Humm, conheço essa voz. Humm, sabia que era você, Sabrina. Sim, sou eu mesmo. Tudo bem? Tudo sim...e essa moça bonita, é sua secretária? Ah não, pera aí, acho que já vi essa moça em algum lugar. Oi....meu nome é Carla. Ah, a garçonete ruiva e sardenta. Tudo bem?

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cabelos cor de fogo, cor da paixão

Capítulo 25

Faltando cerca de uma hora pras quatro, Alberto perfumou-se, barbeou-se, pegou seu melhor terno e, claro, não poderia também esquecer a gravata da sorte, aquela uma. Hoje será um ótimo dia, excelente para se fechar negócios. Pena que viajaria sozinho, sem sua bela dama para acompanhá-lo. Suspirou alto. O que será que deu na Mel, ela quase não é de mudar o visual. Hummm, não importa muito, Melissa sempre será Melissa, a bela. Humm, mas tá cedo demais, ainda falta quarenta e cinco minutos pro vôo. Já sei, vou dar um pulo naquele restaurante, assim dou aquela talagada e dou uma calibrada no motor. Humm, fui!
Pois não, senhor, o que deseja? Uma breja somente, pois não posso me demorar muito. Ah, por favor, troque o pedido, me traz uma batida de limão. Pois não, senhor, já trarei o seu pedido em alguns instantes. Está bem, obrigado. Olhando em volta, percebeu que aquela garçonete simpática não estava à vista. Que estranho... Senhor, eis seu pedido. Oh, chegou rápido. A propósito, moço. Pois não, senhor? Chegue mais perto, por favor. Sabe uma moça assim de uns vinte e poucos anos, com rabo-de-cavalo. Uma ruivinha assim, bem sardenta. Ah sim, Carla. Ela está de folga por uns dias, por conta de uns problemas aí. Quer deixar algum recado para quando ela voltar? Ah, não será necessário. De qualquer forma, muito obrigado. Tome sua gorjeta. Nossa, quinhentos reais, quanta generosidade, senhor. Ora, não é nada de demais. Pode me fazer um favor? Hum, qual? Por favor, traga-me a conta. E o telefone da moça junto. Pois não, senhor, retornarei em alguns instantes. Obrigado, muito grato.
Humm, é verdade, o nome dela é Carla, ela já havia deixado um bilhete com seu nome e telefone, mas eu esqueci de anotar. Bom, mas não tem problema, assim que chegar no aeroporto, irei dar uma ligadinha pra ela, ah se vou. Mas, primeiro de tudo, uma ligação super importante. Amor, tá podendo falar agora? Oi, meu lindão. Já pegou seu vôo? Não, não estou a caminho de lá, mas bateu a saudade da minha pantera. Ounn, bobo mesmo. A propósito, Mel, estou ouvindo vozes de várias mulheres ao fundo. Afinal, o que você está aprontando? Ora, ora,  só vai saber na hora certa. Ai, que assim você me mata de curiosidade e agonia, mulher. Morre nada, deixa pra morrer nos meus braços que é bem melhor. E pode tirar o cavalinho da chuva que não darei nenhuma pista deste mistério. Hahaha. Ah, mulher diabólica, mesmo. Pois é, sempre soube que eu era a sua maior perdição. Hahaha, filha da mãe convencida! Vai negar, agora? Não, sempre sou sincero comigo mesmo e não posso negar o óbvio. Ah bom que você tem noção das coisas. Ah, amor, tenho que desligar, já vou fazer o check in. Tá bom, depois me conta o resultado desse encontro de negócios com os coreanos e tomara que feche. Uh, com certeza! Um beijo, amore mio. Un besito, cariño mio.
Olá, tudo bem? Boa tarde, senhor. Ora, ora,  não me chame de senhor, sou tão jovem ainda, e a propósito, a senhorita é encantadora. Muito obrigada. A reserva está feita em nome de quem? Alberto Ramos. Guardando mentalmente a informação, assim como o rosto daquele belo homem, a moça indicou-lhe o local de embarque. Que o senhor, digo, que você tenha uma excelente viagem. Ah sim, a terei. A propósito, estes belos olhos são de que cor? Olhos cor de mel. Dizendo isto, inclinou-se um pouco, de forma sedutora. Ah sim, olhos lindos como a dona. Obrigada. Até a volta, moça. Karen, este é o meu nome. Tendo entregado-lhe furtivamente um bilhete com seu telefone, observou o rapaz abrir um belo sorriso. Prevejo que apreciarei e muito viajar mais vezes por esta companhia. Esperamos que sim. Até a volta, Alberto. Mostrando-lhe seu belo sorriso, deu uma olhada ao seu redor e notou os olhares de inveja. É a mim que ele quer, suas recalcadas, e não a vocês, morram de inveja.
Sabrina atrasou-se e por pouco perdeu seu vôo, mas iria sair outro dali a meia hora. Paciência é uma virtude o jeito é esperar. Olhando-ao redor, avistou Alberto indo pegar seu vôo. Ainda gritou seu nome, mas em vão. Humm, esse vôo pelo visto vai para a mesma cidade que eu vou. Humm, então, será fácil de achá-lo depois. Ah, hoje esse homem não me escapa.
Alberto acomodou-se em sua poltrona e tentou dormir, mas em vão. Droga, e agora, ainda tem uma hora de vôo pela frente, e isto é muito tempo. Que droga. Notou de repente que na poltrona à sua frente, ao lado, surgiram alguns longos fios muito lisos e um pouco mal tratados. Ah, tem uma moça ruiva aqui na frente e pelo visto, está dormindo. Erguendo-se para "ajeitar" sua bagagem, deu uma pescocada pra ver-lhe o rosto e eis que era aquela garçonete, a Carla. Humm, nossa, mas que coincidência, pensou consigo. Abrindo os olhos, a moça logo percebeu que estava sendo observada, ao passo que Alberto não teve tempo de se esconder. Credo, moço, você é tarado por acas...ah, é você, aquele moço empresário? Hum, oi, mas que coincidência boa, você por aqui. Er, estou incomodando? Não, o que é isso, de jeito algum. Ain, que estou descabelada, que vergonha. Haha, que nada. Posso sentar-me contigo? Estou sozinho aqui, abandonado, sem ninguém para conversar. Ah sim, sim. Por favor. Olhando-o bem nos olhos, a moça respirou fundo e perguntou seu nome. Ah, o meu é Alberto, Alberto Ramos, mas e o seu? Humm, meu nome é Carla, Carla com 'c'. Carla Viana. Hum, prazer. Sabe que é a primeira vez que conversamos de verdade? Hum, sim, é verdade. É viagem a negócios? Sim, pior que é. Rs, imagino que devem ser meio chatas essas viagens. Ah, mas não quando temos uma bela companhia tão agradável. Ah, mas e você? Viagem a passeio? Desculpe, mas não pude deixar seus olhos um pouco vermelhos. Ah, a história é um pouco comprida, se importa? Não, temos um tempo pela frente. Ok, vou contar então.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Vamos viajar?

Capítulo 24

Dona Sabrina. Sim, doutor. Faça uma ligação. Para quem? Para aquele seu amigo, o tal ator. Como é mesmo o nome dele, Miguel? Isso, Miguel Rosa. Pois, faça a ligação e diga-lhe que quero falar sobre um assunto particular. Hmmm, doutor. Olha que ele vai gostar do senhor, que é bem apanhado. Ora, contenha-se e entre já em contato com ele. Sim, senhor. Já estou ligando. Pra ontem.
Alô, Miguel? Sou eu. Quem é? Como assim, quem é? Tá tirando uma com minha cara? Ráaaa! Claro que sei quem é, é uma mulher maravilhosa, um modelo de perfeição, mas que tem mau hálito, chulé e um bafo de múmia desgraçado. Filho da puta, se eu te pegar, eu te mato. Ah, mas mate depois do chá das cinco, poooor favoooor. Mas, vem cá, o que manda? Faz tempinho que não nos falamos... Ah, é que o Doutor Jorge mandou te ligar. Ah sim, aquele pão. E o que aquele deus grego quer falar com um simples mortal, como euzinho? Aliás, como ele me conhece, falando nisso? Eu, um pobre diabo... A louca, mesmo! E não foi você que recentemente estrelou uma peça de sucesso? Qualquer um te conhece, hoje em dia. Ah sei. Então quer dizer que o doutor quer uma atuação minha exclusivíssima, é isso? Posso lhe ensinar algumas coisinhas, uns truques novos...Juliana, eu estou falando ao fone... Ei, do que me chamou, agora? Juliana? Hahaha, eu tava falando com uma moça daqui, e esqueci de tirar o fone da boca. Mas, e a Melissa, tem visto, tem falado com ela? Ué, tem certeza que é dela que você quer mesmo saber? Sagaz, como sempre, Sah! Não me chame de Sah, nunca mais! Uh, a louca! Ficou toda nervosinha, ela vai me morder! Ai ai, ui, ui. Grrrr, fdp, você sabe que não gosto desse apelido. Sei de nada não, mas sei que eu tô com fome já. Não quer almoçar comigo e ai você me fala mais do "seu" doutor? Humm, mas antes disso, que dia posso marcar uma reunião com ele? Informe-o que estou livre daqui a dois dias. Humm, está bem, então. Onde nos encontramos? Naquele nosso restaurante, aquele. Meio dia em ponto. Ok, até lá, beijo. Beijo. Miguel, quem era? Minha amiga Sah. A propósito, Juh, está espetacularmente sedutora nesse vestido longo. Ai, eu pegava. Pegava nada. Não pego porque não gosto de moças feito você. "Moças, igual a mim"? Desde quando? Ah, você é exceção. Hahaha, palhaço.
Alberto? Sim, Melissa. Aí, eu estou indo ao salão. Resolvi mudar meu visual, para ficar mais jovem. Humm, mas meu amor você ainda é muito jovem. Hummmm, e ainda por cima ficará mais sexy do que já é. Mas, essa é a intenção, bobinho. E, também, vou fazer uma transformação geral. Como assim? De que jeito? Ah, é sur-pre-sa. Só sei que você vai me amar mais ainda. Se eu te reconhecer, sim. O que disse, seu cachorro? Que vou te amar muito mais, com certeza. Bom garoto, ainda tem amor à vida.
Ah, Melissa, será que pode pegar hoje o Marinho? Sim, mas por quê, vai fazer algo hoje? Sim, tenho às quatro horas um vôo marcado e só devo retornar de noitinha. Humm, ok. Cuidado lá, hein? Tá preocupada comigo, meu amor? Oxe, mas é claro que sim. Não,  aliás, estou pensando com meus botões sobre quem seria essa tal cliente que você irá encontrar. Sabrina, talvez? Gasp, como assim, amor? Ué, você não me falou agora que iria se reunir com uma cliente? Er, eu disse isso? Como assim? Ah, brincadeirinha, seu bobo. Humm, assim você me mata de susto. Haha, sabe que adoro meu marido gostosão, jamais o gostaria dele morto.  Te amo, seu bobo que tanto adoro. Também te amo. Mas, me dê um beijo já pra me dar força na reunião. Humm, um só? E vpcê acha que vou me contentar só com um beijo? Ande, venha cá, minha Melissa.
Juliana? Sim, Miguel? Tudo certo pro vôo das quatro? Sim, como sempre, mas porquê duas reservas? Ora, pq VOCÊ vai comigo. O que eu faria sem minha assistente linda e maravilhosa? Humm, se quiser, posso ir. Mas, é pra ir mesmo, é uma ordem. Amanhã cedinho retornamos. Mas, ei, só reservei um quarto. Ora, você pode dormir comigo, sou inofensivo. Embora, pensando bem, em se tratando de você, posso mudar de ideia e querer te atacar no meio da noite. Não me olhe com essa cara, não tem consciência do seu poder de sedução? Haha, palhaço mesmo. Por mim, tudo bem. A propósito, vai mesmo almoçar com a tal moça? Conhece-a faz tempo? Ah a Sabrina. Sim, somos amigos faz um tempinho já. Mas, ela é uma pessoa confiável? E em quem se pode confiar hoje em dia? Acho que só em você eu posso confiar, minha cara. Oh, quanta honra.
Senhora Sabrina? Sim, doutor? E, então? Ah, sim, sim. Ele pode conversar com o senhor daqui a dois dias. Ok, marque os detalhes e me informe depois. A propósito, estou faminto. Gostaria de me acompanhar? Ah, doutor, já combinei de almoçar com ele. "Ele? Sim, o meu amigo, Miguel. Ah sim, havia esquecido por um instante que eram amigos. Está bem, até depois. Ah, doutor, após o almoço tenho médico e às quatro tenho que pegar avião pra minha terra, então, não conseguirei voltar à tarde Hum, mas amanhã já terei retornado. Ok, então, boa viagem e também... Hã, doutor? Nada, não é nada.Bom,  até amanhã, dona Sabrina e se cuide. Obrigada, doutor, até amanhã, então.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O sexo que fazemos é pura categoria

Capítulo 23

Em casa, no quarto do casal, Alberto foi abraçar a esposa. Sai. De. Perto. Pensa que eu esqueci da ceninha com aquela vagabunda? Credo, amor. Credo, o escambau. Se encostar em mim hoje, vai perder aquilo que você mais ama. O quê, você? Não fique com gracinhas que hoje seu passe tá valendo quase nada. Humpf!! Sexo hoje, então, nem pensar. À esta menção, ele se lembrou instantaneamente de quão maravilhosa foi a tarde e deixou escapar um leve sorriso. O quê, eu falando com você e você pensando em outra coisa? Aposto que é naquela magrela desgraçada!! Não, amor, só pensei em como você fica linda, quando fica nervosa. Humpf! Não mude de assunto (passando a mão nos cabelos). Ah, Melissa, como você sabia sobre do Marinho? Segundo o que sua mãe disse para nós e também o que vimos, ele estava bem. Deixe de ser besta, Alberto, pois sabia que eu tive um pressentimento. Eu senti claramente que iriam levar nosso filho embora. Já se esqueceu de como é forte o instinto maternal? Ah, isso é verdade. Fora que o fato de não havia mais ninguém lá, não é bom sinal. Ah, mas que bom que você pressentiu isso. Mas, devia ser somente coincidência. Afinal, quem iria querer fazer mal ao nosso garoto?? Ain, que dor no peito agora!! O que foi, amor? Um aperto forte no peito, uma angústia. Alberto, temos que tomar muito, muito cuidado. Sinto que tem alguém visando nosso filho. O quê, como assim? Você ficou burrinho, agora? Não sei te explicar, mas tive um forte pressentimento agora que podemos perder nosso filho. Credo, mulher, eu que não vou deixar isso acontecer. Jamais!!
Amor, vem deitar. Amanhã, você não tem consulta? Pois não vou. Amanhã cedinho desmarco. Humpf. Cachorro! Me traindo com uma desmilinguida sem sal. Que mau gosto, hein? E euzinha aqui, esse poço de beleza e sedução. Teria coragem de me trocar por outra? - com os cabelos soltos e os braços em volta do pescoço do homem. E você acha que eu resisto a "uma" Melissa? Como é que é? Ah, depois te explico. Agora vem cá que vou te mostrar como se faz para agradar quem se ama. Convencido! Meu gato gostoso, eu é que vou te mostrar como agradar. Você não me aguenta. Ah é, vamos ver quem dá mais, então. Rá! Rá!
De manhã, toca o telefone...bom dia, é a senhora Sabrina falando? (Sou eu sim, seu demônio dos infernos!!!). Sim, sou eu mesmo. Estou somente ligando para confirmar a consulta com o doutor. (Enfia essa consulta no seu %&&#@**, sua vaca maldita!!! E quando eu te encontrar, arranho todinha essa sua cara de peroba). Ah, terei que desmarcar, pois infelizmente, não acordei disposta. (Sua desgraçada, morra lentamente no caldeirão do inferno). Ah, tudo bem, senhora. Podemos marcar para outro dia, se preferir. Ah, não, pode deixar, neste momento prefiro não decidir nada, mas assim que melhorar, eu mesma entrarei em contato. Tudo bem, senhora. Tenha um bom dia. Você também (quero é que morra).
E então, ela virá? Não, ela desmarcou a consulta. Ah que pena, hoje seria uma consulta especial. Como assim? Ora, ora, quem sabe o que poderia acontecer com uma paciente sem memória e um doutor experiente e sabido? Está falando de hipnotismo? Mas, eu não disse nada, você é que está falando. Está bem, como se eu não te conhecesse bem, doutor. Não, você não conhece. Nunca iremos saber de fato tudo que se possa passar na cabeça de alguém. Disse isso, enquanto olhava pela janela, com a voz distante e os olhos avistando o horizonte. Olhando para a rua, avistou uma loira de parar o trânsito e seu olhar pousou sobre o decote da moça. Ah, essa eu pegava! Como, doutor? Nada, dona Sabrina, nada.
Amor, quem era ao telefone? Era a tal safada magrela, como você mesma a chamou? Aposto que ela sentiu saudades de mim... Putz, credo, amor, quase me acerta com o vaso. Isso foi só um aviso para não cutucar uma onça com vara curta. Está bem, está bem. Mas, aliás, que onça, hein? Olha só que marcas profundas de unha aqui. Caham, sim, era aquela vaca maldita da secretária ligando para confirmar a consulta. Humm, e você não vai? Claro que não, seu desligado! Te falei ontem à noite que iria desmarcar. Ah sim. Também, como eu poderia prestar atenção em alguma coisa, quando eu tinha tal mulher deslumbrante bem na minha frente? Humpf! Ah, vem cá, amor. Ah, nem vem me beijando porque ainda tô brava com você. Não, pode parar por aí mesmo. Já disse para parar... Ah, então eu paro. Se você parar agora, é um homem morto.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O perigo se aproxima...

Capítulo 22

Atônito e embora um pouco incrédulo, Alberto acelerou o carro, pois notou na voz da mulher a urgência da ação. Como será que ela ficou sabendo sobre Marinho, não a vi em nenhum momento receber alguma mensagem... ah, esquece, homem, teu moleque não tá precisando de você? Acelera essa máquina e pé na tábua!!! Olhando-a de soslaio, Melissa parecia tranquila, mas qual nada, os olhos mostravam o nervosismo e agitação. Nem parece a mesma mulher de agora pouco...antes era uma tigresa, mas agora está aqui comigo a leoa disposta a tudo pra proteger a cria...
Em três minutos, a avó de Marinho chegou e estacionou o carro. Vendo a cena de longe, teve o ímpeto de correr até o neto, mas logo viu que ele estava bem, só estava conversando com dois professores. Ué, mas professores sem jalecos? E as outras crianças? Xi... Marinho, Marinho, cadê você, menino? Vóvó!! Correndo pros braços da vó, deu-lhe um abraço apertado e um beijo. Vó, tudo bem? Tudo meu bem, meu filho. Ah, vó, conheci uns amigos de infância do papai. Humm, filho, então me apresente a eles. Onde eles estão? Ah, eles estão ali...ah, já foram embora? Que droga, perdi meu sorvete. Ah! que chato, hein? Então, pensou a senhora, Melissa pressentiu corretamente, Marinho tava mesmo em perigo. Mas, vó, porque veio me buscar? E o papai? Ah! sua mãe pediu pra vir na frente por que eles iriam atrasar. Ah, olha eles ali. A mamãe veio junto? Oba!
Estacionando rapidamente, o casal saiu de pressa do carro, mas logo notaram que o garoto estava em segurança. Ah, papai, tinha uns amigos seus aqui há pouco. É mesmo, filho? Onde eles estão, estão no banheiro  por acaso? Não, eles já foram embora. E ainda por cima, ficaram me devendo um sorvete... Ha ha. Melissa, veja só, nosso garoto tá nos chamando pra tomar sorvete. Oba, também quero. Estou morrendo de vontade. Vem, junto, mãe? Ah filha, não sei se devo. Ah, vamos vó. Está bem, então, vamos.
Mas, então filho, como estão as aulas? Ah, pai, acabei de sair de uma, não quero falar disso. Slurpppp. Hahaha, ok, ok. Alberto, aposto que ele não vai querer falar por um tempo. Veja só a cara do malandro, devorando todo o sorvete. Mãe, o que a senhora tem? Nada não, só tava aqui pensando numas coisas, na minha casa, no Bruno sozinho lá em casa. É mesmo, como está o Buno, vovó?? Forte e levado, como sempre, e com saudades de você. Ah, também tenho saudades dele. Queria tanto visitá-lo...papai, papai quando iremos na vovó? Em breve, filho, em breve...
E então, como foi a ação? Não deu certo, pelo que estou vendo, seus, seus incompetentes! Ah, mas estava quase dando certo, só que de repente a família dele apareceu e aí melou tudo. Bom, eu lhes darei somente mais uma chance, mas já sabem o que acontece caso falharem novamente, não-é-mesmo? Sim, sim, com toda certeza. Sabemos bem, não iremos falhar não, da próxima vez, vamos conseguir sim...Ah, sumam daqui!! Imediatamente!!
Droga, maldita Melissa! Você é mesmo uma desgraçada. Você falhou comigo e por isso terá que pagar o que fez. Porém, não irá sofrer diretamente, mas sim através de seus entes queridos. E depois disto, será a sua vez!! Hihihehehahaha!!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Meu Deus, meu filho!

Capítulo 21

Amaram-se, ambos os corpos desejando a união total e integral, assim como dois elementos se fundem e se tornam um só. Corpo, alma. Homem, mulher. Tesão, paixão. Todo conjunto possível de fatores convergindo para um só caminho: prazer, puro e absoluto.
Alberto levantou-se da cama e contemplou a mulher nua com a qual fizera amor. Realmente, uma bela mulher e sempre surpreendente, além de insaciável. Ai, caramba, hora de buscar o Marinho já. Que vacilo. Hum, ela está dormindo tão gostoso. Acordo-a ou vou e deixo um bilhete? Humm, melhor acordá-la. Melissa, por favor, acorde, preciso ir. Hummmm, que soninho gostoso e também um sonho com um homem tão maravilhoso...epa, quem é você? Aliás, onde estou, e ainda por cima nua? Pera aí que vou gritar por socorro. Socorr... Ei, calma, calma, Melissa, sou eu, Alberto, não se lembra? Kkkkk, claro que sei quem você é, seu bobo. Precisava olhar para a sua cara de agora. Filha da mãe, me pegou mesmo agora. Nossa, por um momento, pensei mesmo que iria chamar a polícia... E te acusar de estupro? Mas aí te prenderiam e como eu iria ficar sem meu playground preferido? Haha, que mulher! Bom, eu tenho que buscar meu filho. Ah sim, vamos, afinal foi para isto que me acordou. Deixa eu pôr a roupa, só um instante. Er, ah sim...
A caminho, o pai de Marinho estava pensativo. Acho que tudo vai acabar bem, tomara que sim. Mas mal imaginava o que lá acontecia naquele instante...
Marinho? Não sou Marinho não. E, quem são vocês? Ah, me disseram que Marinho era um garoto muito bonito mas também esperto. E pelo visto, puxou mesmo ao pai, não é, meu amor? Sim, com certeza. Alberto realmente tem um garoto e tanto, e é a cara dele. De onde vocês conhecem meu pai? Ora, ora, somos amigos de colégio dele. Falando nisso, falei com ele hoje e ele falou de você. Você gosta de sorvete, não é mesmo? Hã, sim...não gostaria de antes de ir pra casa tomar um? Não sei, daqui a pouco meu pai passa aqui pra me pegar.. Ora, vai ser rapidinho, você toma o sorvete e em seguida te trazemos. Ah, está bem!!
Alberto! Alberto! Falta muito pra chegar lá? Cerca de meia hora, mas por quê? Tive uma intuição agora de algo ruim... (0943786498) Mamãe, mamãe? O que foi, Melissa? Hã, Melissa, o que foi? Cale-se, Alberto! Mamãe, escute-me com atenção e sem pergunta por que não há tempo a perder. Está bem, o que foi, filha? Mamãe, saia voando agora e por favor pegue o Marinho. Sinto que vão levar meu filho! Meu Deus! Está bem, já estou indo.
Hã, Melissa, o que aconteceu, algo grave? Alberto, é o Marinho, tem alguém querendo levar nosso filho embora, eu sinto isso bem forte. "Nosso filho", você disse? Claro que nosso filho, ou você acha que ele nasceu de chocadeira??

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Quando dois corpos se unem, há uma verdadeira fusão química no ar

Capítulo 20

O quarto era luxuoso e requintado, assim como convinha a um lugar cinco estrelas. Paredes e teto espelhados, frigobar com bebidas maravilhosas. Ofurô, óleos e loções aromáticos. Televisão cuja programação continha somente canais adultos. E a propósito, para aqueles que desejassem, havia um menu na cor rosa, para aqueles que necessitassem de brinquedinhos, com uma vasta gama de opções. Melissa ficou impressionada mas procurou não demonstrar, mantendo-se calma.
Então, quer descansar um pouco antes de discutirmos negócios? Talvez relaxar com um banho? Aqui, eles tem ofurô. Ah sim, gostaria muito. Mas, você não vai se entediar em me esperar? Estou mesmo cansada e posso demorar um pouco.... Humm, ah não se preocupe. Se eu me entediar, assisto um filminho aqui. Pode ir, tranquila, afinal, por que a pressa?... Humm, ok.
Estando a moça no banho, Alberto mandou mensagem pra pessoa que tinha tentado falar com ele antes. "Olá, minha linda, não deu para falar aquela hora. Era uma reunião importante com vários clientes japoneses; ainda não acabou, mas consegui escapar para falar contigo. Mais tarde eu te ligo, afinal precisamos continuar o nosso assunto, certo? Um beijo nessa boca maravilhosa". Terminada a mensagem, tocou o telefone e era sua braço direito. Onde o senhor está? Ah, numa reunião, por quê? Ligou aqui um senhor com o mesmo nome daquele ator famoso, aquele galã, Miguel Rosa. Ele queria muito falar contigo. Hummm. Ligue de volta e peça que ele venha falar comigo às dez. Tudo bem, senhor. A propósito essa tal reunião não estava agendada. É com alguém especial, não é? Mais que especial. É "uma" Melissa. Ah sim, sim. Entendo. Até logo, senhor. Até. E a propósito, vá pra casa descansar. Você merece. Senhor, já falei que te amo? Já, mas que minha mulher não saiba do nosso caso. Haha, o senhor é sempre espirituoso. Até logo.
O que sua esposa não pode saber? Ah, Melissa. Na verdade, é sobre meu caso com a secretária, kkkkkk. Ah, não faça essa cara. Dona Palmira é um amor de pessoa e muito eficiente, inclusive, é quase como uma mãe para mim. Sei, sei. Você pode até ter quem você quiser, mas aqui neste instante você é inteiramente meu. Vem cá que eu vou te fazer esquecer Dona Palmira, Maria, ou quem quer que seja. Hmmmm. Deixando cair lentamente o seu robe, o que revelava-lhe o corpo nu, Melissa tomou a iniciativa e beijou-o com sofreguidão. Wow, mas você sabe mesmo como ligar um homem combalido como eu. Você não viu nada, ainda. Não disse que não me subestimasse por ser jovem? Vou te mostrar que sou jovem mas boto muitas no chinelo.
Enquanto isso, em um quarto ao lado, o Doutor Jorge fumava tranquilamente enquanto o casal à sua frente se amava loucamente. Olhava a cena, mas seus pensamentos estavam longe, bem longe..
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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Melissa, verbete

Capítulo 19

Melissa foi pega de surpresa ao saber disso, e imaginou como deveria ser deslumbrante aquela mulher. Mas, ela com certeza o era bem mais!! Mais linda e poderosa, fora que no auge dos dezoito tinha tudo no lugar. Duvido que ela tenha esses seios e bumbum durinhos, como eu tenho. Ah vá!
Ah, Alberto, eu adoraria sair daqui para algum lugar. Que tal minha casa? Assim, podemos tratar melhor de negócios, o que acha? Hum, não. Prefiro um motel, é bem melhor. Humm, boa pedida. Deixa eu só fechar a conta, então. Ei, moça. Pois não? Gostaria de encerrar a conta (dita com um sorriso maroto). É pra já (olhos brilhando). Antes de sair, Alberto deixou uma gorjeta e desta vez o sorriso foi mais aberto, o qual foi recebido com outro sorriso, só que mais contido. Toda a ação, é claro, foi notada, mas Melissa só pensava em ficar com aquele homem que sempre mexia com ela. Não admitiria nunca, mas não deixava de pensar nele. E também no último encontro, ela nem se deu conta de nada. Portanto, agora iria aproveitar tudo, ciente de tudo. Mas não escapou-lhe o pensamento de que o esporte preferido do homem era o flerte. Afinal, com um mulherão como ela, como ele iria pensar em sair com uma desmilinguida como essa atendentezinha? Nem carne direito ela tem, humpf!
Saindo do local, passavam um monte de coisas pela cabeça de Alberto, e uma delas era como a situação atual era inusitada. Nunca fora santo, assim como muitos homens não o são. Mas, sair com essa Melissa, sendo casado com Melissa, era um tanto quanto irônico. Ah, pára de pensar tanto, cara, e vai na vibe. Sentiu de repente a moça pousar a cabeça em seu ombro. Tão linda e perfumada, como sempre. Hum, mas não lembro desse perfume...o telefone, em seu bolso, começou em instantes a vibrar..
Humm, já até sei quem está tentando me ligar, mas, na boa, vai esperar. Afinal, quem dispensaria "uma" Melissa? Poderia ter todas as mulheres que quisesse, mas, sinceramente se tinha uma pessoa que mexia intensamente com seus pensamentos, sentidos e o deixava ligado, era "ela". Melissa. E, perder essa sensação só se fosse maluco...Melissa. Humm. Deveria ser até verbete de dicionário com o significado de mulher fatal.
Chegando no motel, Alberto sorriu animadamente para a atendente que lhe entregou as chaves de uma suíte. Moça morena, altura cerca de 1,60m, cabelos curtinhos e repicados, um pouco acima do peso, sorriso cativante, olhos castanho-claros, cerca de 31 anos. Melissa só deu uma olhada e logo constatou que pelo visto o rapaz conhecia todas as mulheres da cidade, mas com certeza, o "conhecer" bíblico. Mas, ela era segura consigo mesma e ficou na boa. 
Seguiram para o quarto, afinal. Assim que saíram, logo em seguida, entrou no hotel um trio. Uma mulher e dois homens. Boa tarde, pois não? Gostaria de uma suíte para três pessoas. Perdão, senhora, mas a reserva em nome de quem? Confira nos seus arquivos, por favor, uma reserva feita em nome do Dr. Mendes. Pois não. Aqui estão a chave. Espera, o senhor não é o famoso...? Hummm, talvez sim, talvez não...porém, acredito que essa singela nota de cem reais a fará "esquecer" que me viu por aqui, certo? Sim, com toda certeza.


domingo, 2 de agosto de 2015

Melissas, Sabrinas

Capítulo 18


De fato, Alberto ficou intrigado ao saber que "esta" Melissa tinha uma amiga chamada Sabrina. Teve vontade de perguntar a descrição, mas teve medo de melindrar sua acompanhante. Normalmente, mulheres sempre competem entre si. Inclusive, amigas, aliás, melhores amigas. Mas logo concluiu que era apenas coincidência, afinal, Melissa ou Sabrina eram nomes muito comuns. De forma alguma, "essa" Sabrina seria a mesma com a qual flertara momentos antes. Hmmm, mas será que era outro mulherão?
Então, Melissa, já que nos encontramos novamente aqui neste simpático lugar, não gostaria de beber algo?  Um refrigerante, talvez?  Cerveja, meu caro. Não me tome por uma menininha que não possa tomar bebidas mais fortes... Ah sim, claro, rs. Ei, moça! Pois não? Traga-nos duas cervejas por favor. É, pra já, senhor. Ó, não me chame de senhor. Afinal, não sou mais velho, ou será que estou tão acabado assim? Não, não, de jeito algum...já trago as bebidas. Que moça mais eficiente, e prestativa, além de bonitinha, disse Alberto, o que foi ouvido pela garçonete, que se afastava. Ai, esse moço é um sonho mesmo e pelo visto, sabe bem como agradar uma mulher. Hmmm, será que devo? Por que não tentar, talvez leve um não. Ou um sim...ai, ai, Carla, sua louca, tá arriscando seu pescoço, mas vale a pena. Hmmmm.
Tendo chegado as bebidas, Alberto notou que no rodapé da conta havia uma certa combinação de números e um nome. Rápida e discretamente, tomou nota mental do número e também do nome...mas, então, você disse estar procurando sua amiga. Sim, eu e aquela vaca somos inseparáveis desde a infância. Unha e carne, praticamente grudadas. Ah sim. Ddesculpa perguntar, mas essa sua amiga tem sua idade? Não, ela é um pouco mais velha que eu...mas, espera, por que falar justamente da minha amiga, quando podemos falar, por exemplo, de mim. Ou então de você. Ou de nós.
A garçonete olhou o casal de longe enquanto servia outras mesas. São tão bonitos juntos, e combinam tanto, mas hei de pegar esse homem. Também tenho boa aparência e confiança de sobra. Isso sim. Hein, por favor, senhorita? Pois não? Gostaria de encerrar a conta. Pois não, senhor, em um instante. Levantando-se com classe, a tal figura misteriosa que observara tudo que acontecera com Alberto e suas acompanhantes, deixou uma bela gorjeta para a garçonete e sorriu-lhe. Gostei muito desse lugar, com certeza voltarei mais vezes. Obrigado pela preferência e volte sempre, senhor. 


A propósito, até agora não sei seu nome. Alberto. E o seu? Mel. Melissa. Humm, que lindo nome e combina bem com sua portadora. Humm, obrigada. Seu nome também combina bem contigo, tem uma sonoridade forte, então cai bem para um homem tão lindo e forte. Com certeza, sua esposa é uma mulher de muita sorte. Haha, eu que sou sortudo por ser casado com aquela figura... ahn, o que foi? Você hesitou por um instante. Hum. É que na verdade você e ela são um pouco parecidas. E tem outra coisa também? O quê, Alberto. Vocês compartilham o mesmo nome. O que disse agora? Que ela tem o mesmo nome que você, Melissa.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Simplesmente Melissa

Capítulo 17

Engolindo em seco, o marido de Melissa procurou não ceder ao impulso que acomete os homens com culpa no cartório. Impulso este de de cara tentar se desculpar. Ou seja, ficou um pouco em silêncio tentando ganhar tempo, pois sabia que o tempo iria fechar feio pro seu lado. Hum, amor, então. Ah, eu peguei o contato dela quando marcamos a reunião aqui. Hummmm, vi mesmo o tanto de "contato" entre vocês. Aliás, eu e todo o recinto, não é, senhor Alberto?? Ah que ódio, eu morrendo de dor de cabeça, saio de casa para tentar relaxar, entro aqui e dou de cara com meu marido junto a uma mulher super atraente. E a mão dela no seu ombro, então? Se demoro mais um pouco, será que a mão dela iria passear pela sua perna também? Grrrrr.
Alberto sabia muito bem que não adiantava nada negar. Tá, amor, eu admito. Errei feio. Mas, não fizemos nada de demais, só conversamos amigavelmente... Não fizeram nada de mal, o escambau, seu tremendo cara de pau! Nada de demais você diz, mas pensa que não vi seu olho fixado no decote e nas coxas dela? E o jeito lânguido dela para cima de vc? Só não se jogou no seu colo por medo do pessoal todo e o que iriam dizer, é bem provável. Nossa, amor, não sabia que meu passe estava valendo tanto assim. Sem gracinhas que a sua batata só começou a esquentar! Glup.
Ain, que minha vista escureceu de repente. Putz, minha cabeça! Ai que essa joça parece que vai explodir... Amor, amor! Melissa, tudo bem? É mais uma daquelas malditas dores de cabeça, não tá vendo? Desculpe, fiquei preocupado ao te ver assim...Já vai passar, sempre passa...ah, eu vou até o banheiro e lavo o rosto, assim a crise logo passa. Está bem, espero que melhore logo, meu bem...
No banheiro, Melissa lavou o rosto e desejou fortemente que a dor de cabeça logo passasse. E junto a isso, a raiva do marido com aquelazinha. Grrrrrr.
Melissa abaixou a cabeça e em alguns instantes se levantou. Olhando-se no espelho, apesar da aparência cansada, achou-se maravilhosa. Linda, vitaminada e poderosa! Sou muito melhor que aquela desgraçada...epa, que eu tô fazendo aqui? Parece que estou no banheiro de um estabelecimento. Ah, mais uma crise de loucura, pelo visto. Nem sei direito onde estou...deixa eu sair e perguntar onde estou a algum atendente...
Melissa, você já está bem, meu amor? Ah, é você, gatão?? Há quanto tempo, não? Onde estamos, afinal? como assim, hã... então, pois é, viemos parar numa lanchonete. Ué e sua mulher não liga de você estar aqui, neste lugar com uma moça tão jovem e atraente, como eu? Haha, esse bom humor da juventude é contagiante. Na verdade, se ela souber, ela me mata, mas o lance é que não estou galinhando. É sério, não precisa fazer essa cara incrédula. Juro que estou aqui a negócios, vim conversar com uma cliente, mas ela já se foi. Hummm, e por que não a acompanhou? Você tem a maior pinta de um elegante cavalheiro (além de um tremendo gato). Ora, bondade a sua. Bom, eu até iria junto, mas ela preferiu ir sozinha. E também, logo eu notei que você estava sozinha e assim, eu resolvi puxar papo. Haha, tá certo, e a propósito, seu filho? Como está? Aquele dia ele deve ter me achado estranha, aliás eu nem lembro como saí de lá. Ah, não ligue pra detalhes, o importante é que estamos os dois firmes e fortes. Olhando para os seios dela rapidamente, repetiu o adjetivo. É, firmes mesmo. E estamos juntos, eu e você. Que tal esticarmos daqui para outro lugar...?
Humm sei não. Ah, putz, eu tinha que falar com a Sabrina, aquela vaca. Mas nem imagino onde ela vai estar...pera aí, você disse, Sabrina? Você tem uma amiga chamada Sabrina? Sim, minha melhor amiga, por quê? Antes de responder, Alberto registrou mentalmente aquela informação. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A hora de a onça beber água

Capítulo 16

Duas mulheres muito atraentes e um homem muito apanhado. Realmente, um trio que chama muito a atenção, transpiram elegância e glamour, além da beleza. Espera, se bem ouvi direito, a mulher bonitona que acabou de chegar o chamou de "meu amor",  talvez seu marido? E estranhamente o olhar dela parecia meio frio ao dirigir-se à outra mulher, apesar da voz ter soado calma. Vish, será que vai sair briga? Ai ai ai, era o que faltava, não gosto muito de brigas e também este local começou faz pouco tempo a ficar bem frequentado...
Avanço no pescoço dessa vagabunda, arranco todos os cabelos e desse cachorro eu corto fora o que lhe é mais importante? Ou finjo que tropeco e derrubo molho de ketchup na roupa e no cabelo dela enquanto faço um barraco? Ou ainda, mato os dois juntinhos, fatio e depois jogo pros cachorros das redondezas? Ah, que raiva! Cliente? Sei. Essazinha deve estar dando em cima e ele dando corda ainda. Ainda mais, a mão dela que estava sobre seu ombro. E parecem tão íntimos!! Mas ambos vão ver só! Principalmente essa cadela maldita!!!
Hã, oi amor...que coincidência agradável você por aqui. Sente-se, já tomamos alguma que tal fazer um pedido. Vai querer alguma coisa? - sua cabeça numa bandeja - pensou, Melissa. Ah, um misto quente e um suco bem gelado de manga. Humm, boa escolha. Ei, garçonete, por favor, outro pedido para nós! Misto quente e um suco de mangá, mas bem gelado, hein? E para você, uma gorjetinha. Ora, ora, "gorjeta", Alberto. Este estabelecimento não é um restaurante, sabia? Ah, amor, é minha forma de valorizar o serviço deles daqui. E essa moça sempre me é muito simpática. Humm, amor, então, costuma sempre tratar de "negócios" por aqui? Er...sim, sim, gosto deste local, ainda mais destes pôsteres ali. Reparou que o Freddie Mercury está ao lado do Renato Russo? Sim, notei. Ah, dona Sabrina, por que está tão calada? Peço desculpas por ter atrapalhado a reunião de vocês, mas é que precisava distrair a cabeça. Não foi minha intenção atrapalhar, juro, nem sabia que Alberto estava por aqui. Ah não, que isso, dona Melissa, imagina. Senhora, seu pedido. O atendente olhou para Melissa e pensou. Essa moça é tão bonita, deslumbrante. Mas, espera, ela não tinha vindo mais cedo? Ou estou imaginando coisas? Bom, é que ela é tão linda e chama tanto a atenção que tenho impressão que a vejo sempre por aqui. E também, por aqui, passam tantas pessoas diferentes, como eu iria ter certeza disso? Ah, esquece, foco no serviço, Carla. 
Então, como estávamos conversando, dona Sabrina, a senhora tem pensado em adquirir um imóvel? Sendo uma moça solteira e jovem, temos excelentes planos e moderníssimos e arrojados apês. Ah, não sei ao certo, realmente o senhor me mostrou tantas opções que eu fiquei tontinha...talvez, se não for incômodo, a senhora Melissa poderia me ajudar a escolher? Com...todo...prazer...ok, então. 
Humm, o relógio acusa onze horas, preciso voltar pra clínica, e também logo chega a hora do almoço. Senhor Alberto, poderia me mandar por favor mais projetos por email? Vou ver se mais tarde consigo analisar as opções. Ok, sem problemas. Dona Melissa, muito obrigada pela ajuda mas não sei, realmente não consegui me decidir por nada. Desculpe o incômodo. Não há de quê. Ah, a propósito, é possível a senhora ir amanhã às dez na clínica? O doutor Jorge já irá voltar hoje e, como agradecimento pela sua ajuda, encaixarei seu nome na agenda. Ok, estarei lá no horário estipulado. Boa sorte com a escolha do imóvel, dona Sabrina e até amanhã. Obrigado, dona Melissa e até amanhã.
Amor, espero que não tenha ficado enciumada da Sabrina. Conversamos o tempo todo somente sobre a questão de um apê no estilo que ela queria. Que pena somente que ela está bastante indecisa, mas estou confiando sinceramente que ela logo se decida e fechemos negócio. Amor, estou falando contigo, tá me ouvindo? Sim, Alberto, estou te ouvindo. A propósito, vi que você ficou de enviar um email pra ela. Mas, também percebi que ela não te passou o email dela antes de ir embora ou mesmo telefone para contato. Alberto, por acaso, já faz tempo que vocês mantém contato, sem eu saber?

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A dois passos do perigo

Capítulo 15

Bem mais calma, Sabrina olhou e sorriu. Ora, ora. Pois é, estou aqui. Chegou faz tempo? Ah, nem tanto, se pá, devo ter chegado um pouco antes de vocês. Mas, credo você parece um pouco perturbada, será que é por minha causa?...ah, já sei, tem gatinho novo na área. E aposto que daqui a pouco ele pinta por aqui. Ah, não me olhe com essa cara, não. Não tenho por costume pegar homem de outra, você bem sabe...
Sabrina pensou: sua vaca. Pensou, mas não disse, obviamente. Ah, de fato, é um homem e tanto, mas estamos nos conhecendo ainda. Marcamos encontro e estou aguardando ele por aqui. Oxe, mas nem parece a Sabrina que conheço, sempre tão cheia de si. Mas, enfim, tava mesmo à sua procura. Sabe aquele doutor bonitão que me falou, outro dia? Será que você não tem o telefone lá da clínica? Ahn, doutor Jorge alguma coisa. É Jorge Mendes. E, aliás eu até tenho, mas não aqui nesta bolsa. Mas, vem cá, aposto que você resolveu finalmente experimentar o mesmo tratamento que tive, né não? Ah vá, como se eu fosse você, tão impetuosa assim. São as dores de cabeça, outro dia tive uma que custou horas a passar. E remédio nenhum dá jeito...
Ai de novo a desgraça dessa dor! Putz, mas, pelo jeito a coisa tá feia mesmo. Melhor correr no médico, hein? Vai que é algo mais grave? Credo, vira essa boca pra lá. Sou muito nova para conhecer o outro lado de lá...ai, eu tava ainda esperando para ver seu peguete ou seja lá o que seja, mas acho que vou é desistir. Ah, sabia que era isso mesmo. É, mas realmente ele está atrasado. Espero que venha, se não, não vai dar certo... Se não, o quê, Sah? Ah, nada não. Sei, sei. Mas quando ele chegar, diga que uma amiga mandou um beijo daqueles bem provocantes. Ora, sai fora, antes que eu te rogue uma praga, sua desaforada!! Haha, vou rapidinho antes que essa praga me alcance. Vê se não se estressa muito esperando. E você, trata logo essas dores. Podexá, beijo. Beijo. Rum!
Cerca de dez minutos depois, finalmente chegou Alberto. Droga, o pneu tinha que ter estourado? Affe, espero que a "cliente" não tenha desistido já... Opa, ah, que bom, achei que já tivesse ido embora. Desculpe, é que o pneu estourou no meio do caminho. Ah tudo bem, o importante é que você veio. Mas então, quer tomar algo? Um suco? Humm, não não, prefiro uma cervejinha mesmo. Uma loira geladinha para combinar com uma mulher tão deslumbrante.
Mas, vem cá, me conta mais de você? E a propósito, você parece tão jovem para o seu cargo...Ora, ora, pois uma moça de 23 anos não pode trabalhar como secretária? Ah desculpe, é que estou acostumado com secretárias bem mais velhas. Vide a minha, que tem até idade pra ser minha mãe. Haha, tudo bem, mas não precisa ficar tão na defensiva pois não fiquei brava com o comentário. Mas percebi que foi uma maneira diferente de descobrir minha idade...gostaria de saber outras coisas mais envolventes a meu respeito?
Conversando animadamente, nem perceberam uma presença que os observavam. Um certo homem com olhar um pouco sombrio a um canto, tomando uma taça de vinho, enquanto observava o casal de longe. Bebericando seu vinho, olhava-os discretamente e deixou escapar um leve sorriso...Em poucos instantes, chegou uma mulher com as mãos na cabeça enquanto dizia consigo mesma. É aqui que irei entrar, quem sabe, assim, consigo relaxar e me esquecer desse problema, que é essa dor de cabeça? Ah, Alberto, você por aqui, meu amor, não estava na sua reunião? Mas, que coincidência...Hã, dona Sabrina. Não imaginava que era você a "cliente" sobre quem Alberto havia comentado. Como tem passado?

domingo, 28 de junho de 2015

E o dia está tão lindo

Capítulo 14

No outro dia cedo, Melissa notou que Alberto parecia animado com alguma coisa. Amor, tá com uma carinha de alegre. Por acaso, vai fechar algum contrato milionário? Nossa, tá tão visível assim? Bom, hoje tenho um encontro com um cliente muito importante e se tudo correr bem, irei lucrar muito. Ah sim, está bem. Mas, noto que você está todo arrumadinho e perfumado. Sendo vaidoso, você sempre sai assim, mas meu sexto sentido me diz que aparentemente hoje há um bom motivo...Rum! vê lá se não é uma cliente que vá querer aspirar este seu perfume. Se isso acontecer, você já sabe, este corpínho, meu amor, para ti já era. Hahaha, calma, calma. De fato, "meu" cliente é uma mulher, mas sou só seu, você sabe disso. Bom, vou indo pro escritório. Até mais tarde. Rum! Até.Saindo, Alberto pensou que aquele seria um grande dia.
Em casa, Melissa estava bastante, algo lhe dizia que havia algo errado. Inquieta, cogitou de sair para espairecer mas achou melhor deixar para lá, devia ser bobagem da cabeça dela. Afinal, Alberto nunca dera motivos para desconfiança. De repente, uma dor de cabeça. E dessa vez, uma forte. Esperou um tempo para ver se passava, mas aquela persistiu por um tempo. Como não tinha remédios em casa, finalmente saiu para ir à farmácia.
Alberto trabalhou normalmente durante a manhã, e visivelmente alegre. Sua secretária particular chegou a comentar sobre sua alegria. Ih, Alberto, pelo visto, hoje a felicidade te visitou foi cedinho, hein? Adoro ver meu chefe quando está feliz, assim, tenho certeza que posso pedir aquele aumentinho. Hahaha, sua boba, seu aumentinho não precisa eu estar feliz para você receber. Já que você é meu braço direito e super eficiente, com certeza terá um aumento no fim do mês. Puxa, obrigado, Alberto. Mas, posso perguntar por que o motivo da alegria? Nada demais, é somente um encontro com uma cliente importante? Sei...Uma cliente muito bonita por sinal, mas a qual não consta na sua agenda...Ah, não se preocupe, é um caso especial o qual eu marquei pessoalmente. Está bem, então.
Faltando quinze minutos para as nove, saiu para ir ao encontro com "a cliente". Cantarolando enquanto dirigia, achou o dia bonito e com um bom clima para muita coisa. Por sua vez, Sabrina também rumou-se para lá. Estava animada com o encontro e contente pelo convite de um homem tão interessante. Por sua cabeça, rolavam planos e mais planos.

Chegando no local, Sabrina encostou-se no balcão à espera. Um pouco nervosa, procurava se acalmar para não transparecer sua ansiedade e assim, pediu um suco de limão para ir bebendo. Cerca de um minuto que já estava esperando por Alberto, ouviu uma voz que a interpelou. Sabrina, sua vaca, você por aqui? Tomando um susto, virou-se e eis quem era: sua amiga, Melissa.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Sabrina...e Alberto?

Capítulo 13

Dando de ombros, Alberto não quis discutir sobre o assunto. Só estranhava o fato da esposa aparentar não ter percebido as secadas que recebera da tal moça. E olha que não era de se jogar fora, pensou, uma femme fatale, parecia ser do tipo bastante determinada. E perigosa. Ah, que isso, Alberto, o que você está pensando, você tem a Mel, e você a ama. Fim de papo. Interrompendo seus pensamentos, Melissa perguntou se poderiam ir embora. Ah, ok, amor, gostaria de esticar um pouco mais, em outro canto? Hoje, tenho a tarde toda livre. Que tal aproveitar para namorar um pouco, hein? O Marinho só vem para casa mais tarde, mesmo. Que tal? Ah, danadinho, então era essa a sua intenção, hoje? Me levar a um restaurante, me fazer passar uma tarde agradável, me fazer relaxar, só para depois abusar desse meu corpinho? Você não tem jeito mesmo, Alberto! Ah, droga, você leu meus pensamentos, foi? Puxa, assim terei que me policiar mais, hahaha. Bobo! Bom, já que TEMOS a tarde livre, é, poderíamos realmente namorar um pouco sim. Mas, não lá em casa, mas sim, em outro lugar. Ah, então, já sei onde posso te levar. Tem um motel novo, e pela propaganda parece de muito bom gosto, e pelas fotos, o lugar é requintado, espelho no teto, nas paredes, hidromassagem...Pára tudo, você realmente já tinha planejado isto, não é? Confesse!! Haha, você me pegou novamente, é isto mesmo. Hehe. Vamos então? Sim, podemos ir. A conta!
Passaram uma tarde agradável juntos no motel, e realmente Melissa achou o lugar maravilhoso, requintado, de muito bom gosto. Realmente, Alberto sabia como agradá-la. Saindo dali, voltaram para casa, e então então ele sugeriu que ela ficasse em casa, pois iria buscar Marinho na escola. Ah, por mim, tudo bem? Mas, por quê? Existe algo que só vocês podem conversar em segredo, hein, hein? Ah, não não, só quero um dia pegar meu filhão, não posso? Bobo! Claro que pode, estou brincando. Vou lá, então, nos vemos mais tarde. Me dê cá um beijo? Um só? Boba!
Indo buscar o filho, no caminho, avistou a secretária Sabrina passeando por ali. Olha só quem está ali, pensou. Vendo-a acenar, encostou o carro. Olá, boa tarde, como vai? Eu estou muito bem, e você? Ah, senhor Alberto, é isso? Isso mesmo, que boa memória...ah, posso te chamar de Sabrina? Claro. Mas, na verdade, não tenho tão boa memória, é só quando o assunto me interessa...Enfim, o que faz por aqui um homem tão bonito sozinho? Sua esposa não liga de te deixar sozinho por aí, dando sopa? Haha, obrigado pela parte que me toca. Na verdade, estou indo buscar meu filho na escola agora. Humm, deve ser tão bonito quanto o pai. Ah, bonitão ele é, mas na verdade, puxou mais à mãe. E você, por que está sozinha...ah verdade, seu acompanhante tinha um compromisso agora à tarde. Sim, um ensaio, mas a propósito, ele não é meu acompanhante. Somos amigos de infância, e volta e meio, estamos juntos em almoços. Humm, desculpe perguntar, mas nunca te vi em fotos de paparazzi com ele. Ah, acontece que só nos encontramos em lugares requintados, onde não há a mínima possibilidade de sermos fotografados juntos...Ah, agora entendi, desculpe pela indiscrição. Ah, tudo bem. Vish, droga, tenho que ir, senão Marinho fica doido lá esperando que o busquem, sabe como é, essa molecada de hoje é impaciente. Ah, Alberto, gostaria imensamente de conversarmos mais. Ah, mas o senhor é casado, que pena...Ora, mas não tem problema algum. Sou casado, mas tenho liberdade suficiente para conversar com quem quiser, assim como Melissa também tem. Se quiser, mais tarde, amanhã podemos nos encontrar em uma lanchonete. Aliás, que tal, aquela lanchonete ali, mais acolá? Nove horas, tudo bem? Por mim tudo bem, até amanhã, então. Alberto. Até. Sabrina.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Miguel Rosa

Capítulo 12

Alberto olhou admirado pra moça e tal não passou desapercebido pela esposa. Nossa, não havia percebido, a secretária é realmente uma linda moça. Não acha, amor? Ah sim, claro. Com certeza, esse ator só deve sair com mulheres bonitas, deve fazer parte da profissão ou algo assim. Quer ir à mesa deles? Não, tá maluco? Melhor ficar por aqui, além do mais, mal a conheço, não iria caber bem...
Assim que avistou o casal, Sabrina por si própria resolveu ir cumprimentá-los. Ora, mas que coincidência, Sra. Melissa. Ah, por favor, não me chame de senhora, estamos em um ambiente informal. Ah sim, desculpe, é força do hábito. E este jovem senhor é seu esposo, presumo. Prazer, meu nome é Sabrina. Ah prazer, Alberto. Não, o prazer é todo meu - replicou Sabrina olhando maliciosamente os ombros largos do homem à sua frente. E a propósito, claro que conhecem Miguel Rosa, que estrelou uma peça recentemente com grande sucesso. Ora, nem tanto sucesso assim, apenas tive sorte de um grande crítico estar presente e ele ter gostado, só isso. Mas quanta modéstia, Miguel. Em revistas sempre dizem que você é um talento sem igual e que vai longe. Ah, quem me dera, ainda há muito caminho pela frente. A propósito, Alberto, poderíamos acompanhá-los no almoço, se não houver problemas? Ah, por mim tudo bem, e você, querida? Ah, para mim seria uma honra na verdade, estar acompanhada de tal celebridade. Maitre, por favor mais deste maravilhoso vinho.
O almoço transcorreu sem problemas e os dois homens conversavam amigavelmente, enquanto Alberto era discretamente observado por Sabrina. Ah, Melissa, está uma tarde tão agradável, não eh mesmo? Sim, concordo contigo. Está um dia bem ameno hoje. Sim, excelente para uma piscina; Miguel e eu mais tarde iremos no clube Boa Graça. Que tal dar um pulinho lá depois? Ao ouvir a palavra "piscina", instantaneamente Alberto imaginou Sabrina de maiô e sua reação com o pensamento foi captado por ambas. Ah melhor não, tenho muitos compromissos para hoje e infelizmente terei de recusar. É mesmo, que pena? Ah, deu a minha hora já, tenho que ensaiar para mais uma apresentação. Senhor Alberto, tome meu cartão, seria um prazer voltarmos a bater outro papo tão amigável. Ah, digo o mesmo, senhor Miguel. Fique com um cartão meu também, e quem sabe futuramente não possamos tratar de negócios? Pode ser...ok, vamos Sabrina? Ah, não vamos mais pro clube? Magoei... Bom, foi um prazer ter a companhia de vocês esta tarde. Que isso, o prazer foi nosso. Melissa, nos vemos na clínica então. Até! Até!
O casal à mesa....Sujeitinho formidável este, e pelo visto eles estão bem entrosados. Não me surpreenderia nada se ela fosse a sua mais recente conquista. Não concorda, querida? Ah sim, porém só que não, não foi bem assim que notei. Inclusive, creio que nenhum deles está a fim um do outro. Mas amor, como pode ter certeza disso? Alberto do céu, você realmente não notou que o homem não tirava os olhos de você por um segundo sequer?

sábado, 13 de junho de 2015

Chateauneuf Du Pape

Capítulo 11

Melissa e Sabrina. Amigas inseparáveis. Lindas, cada uma à sua forma. Mulheres de parar o trânsito. Jovens, só queriam curtir a vida, sem pensar no amanhã...
Mas você simplesmente é fogo, já foi logo pegando o doutor, hein? Ué, mas pra que perder tempo? Nessa vida estamos aqui para curtir o momento, é vapt-vupt. Mas olha que ele não foi dos piores. Até que deu pra curtir. Mas e você, Madre Teresa, vai ficar mesmo só no jejum? Cuidado, senão, logo vai ter teia de aranha... Kkkkk, cala boca, sua vaca, eu tô de boa, por enquanto, meu lance é curtir sem necessariamente sair pegando aleatoriamente. E sou exigente, não pego qualquer um. Ah, então tá. Melhor deixar quieto, senão você me escalpela, haha. Ah, estou morrendo de calor. Vamos daqui pra um clube com piscina? Ih, não vai dar, lembrei que tenho que fazer uma coisa urgente agora, depois a gente se fala. Beijinho, amiga. Beijinho, Teresa. Ops, Melissa. Ah, sua vaca!!
Saindo dali, de fato pressentia que precisava fazer algo, mas não sabia o quê, exatamente. Do nada, uma dor de cabeça...desgrama, de novo. Ah, que eu vim fazer aqui? Vixe, é mesmo, fiquei de almoçar com o Alberto hoje e já tava esquecendo. Bora ir pra casa me arrumar, pois quero estar bem bonitona para acompanhar meu gato. E lá se foi para casa se arrumar.
Saindo de casa, pegou a bolsa e deu uma olhada rápida no espelho. Que mulherão! Enfim, rumou ao restaurante. Era um lugar requintado e fino. O ambiente era agradável e muito requintado. Um senhor restaurante! Além da ótima atmosfera, a música ambiente era de primeira. Nada dessas frescuras modernas, mas sim muitos clássicos da MPB. Chegou ao local e encontrou Alberto que já esperava a algum tempo. Amor, mas que gata! Desse jeito, vou me apaixonar novamente. Mas esse é o intuito, seu tolo, haha. Então, sentiu saudades de mim? Ah e como. Mas, vamos pedir? Estou morrendo de fome. Ah, pode ser, também estou morrendo de fome. Maitre, por favor. Ó, pois não, senhor Alberto, é sempre um prazer atendê-lo. Serviram-se de algumas porções enquanto bebericavam vinho. Pinchard Chateauneuf Du Pape 2011. Realmente, um excelente vinho francês.

De repente, erguendo os olhos, Alberto percebeu um belo casal que acabara de chegar. Olha, amor, esse homem não é aquele ator famoso de teatro, que você comentou outro dia? Sim, é ele mesmo. E claro que está acompanhado e bem acompanhado, diga-se de passagem. Opa, espera aí, estou reconhecendo a moça. Mas, é a secretária que me atendeu na clínica. A secretária do Dr. Jorge? A que você disse se chamar Sabrina?

terça-feira, 2 de junho de 2015

Aqueles olhos...

Capítulo 10

De manhã, Melissa foi atender o telefone e eis que era a secretária do doutor Jorge querendo confirmar se dali  a uma semana, poderia marcar uma nova consulta. Bom, pode ser então. Fica marcado então. Obrigada pela deferência. Não há de quê, minha senhora.
Ao desligar o telefone, ela não pode evitar pensar o quanto aquela secretária era bonita. Parecia uma modelo. E o doutor, então? Um gato. Jeitão másculo, olhar sério e concentrado, parecia ser uma pessoa interessada (e interessante também). Quem sabe até a secretária bonitona não fosse sua amante? Há de tudo nesse mundo mesmo. Mas, ao mesmo tempo, sentiu um arrepio quando pensou nos olhos do doutor. Não sei porque mas aqueles olhos me evocam algo do passado...De fato, são lindos olhos, mas tão tristes, até parece que carrega uma grande tristeza...

Imediatamente, sentiu uma forte dor de cabeça. Levantou-se, e resolveu que iria à rua. Ah, preciso ver aquela vaca da Sabrina. Esse horário, se não estiver na academia, deve estar no shopping. Bora procurá-la. A rua estava apinhada de pessoas, cada uma absorta em seus pensamentos. E os grupos. Jovens a um canto riam ruidosamente, e em suas mãos os benditos smartphones. Com certeza, viram algum vídeo no whatsapp. Em alguns instantes, encontrou a amiga. Ah, Mel, como tem passado? Tá melhor das suas crises? Menina, nem fui ao médico, você sabe que eu não gosto muito. Ah! Já eu, em compensação, estou voltando agora mesmo de uma clínica. Ai, o que você tem, algum problema? Está doente?? Não, não, eu disse que vim do médico, mas não foi bem para me tratar e sim ser bem tratada. Sabe aquele médico gato de que te falei outro dia? Sei, um tal de doutor Jorge, se não me engano. É, esse mesmo. Hmm, vou lá só pra conferir o material, não é? Ele realmente é um pão, como dizem? Ah, mas você acha realmente que eu iria lá só para conferir o produto sem mesmo tirar uma amostra?

quarta-feira, 27 de maio de 2015

No consultório...

Capítulo 9

Finalmente deu certo de Melissa ir na consulta com o Dr. Jorge. Passaram-se cerca de cinco dias desde a primeira tentativa, e nesse ínterim, Melissa teve algumas crises de dor de cabeça, e também em um de seus pesadelos frequentes, gritou por Sabrina em um e em outro pela mãe. Alberto ficou preocupado, ainda mais que sempre soube que a esposa passava por problemas, mas sempre achou que podia contornar a situação, mas ultimamente a esposa parecia pior. E também "Sabrina", quem seria? Mas, como ele não era de ficar pensando muito, achou que tudo se resolveria na consulta, aliás, isso seria o início...
Assim que adentrou a clínica, Melissa observou que era um lugar muito bonito e de bom gosto. Logo pensou, de fato esse doutor Jorge deve ser um homem muito refinado. Mas, foco, estou aqui para que seja resolvido meu problema, seja ele qual for. Boa tarde, tenho consulta marcada com o Dr. Jorge Mendes. Ah sim, você deve ser a senhora Melissa Ramos. Aguarde somente um pouco, que o doutor já irá atendê-la.
Passados cerca de cinco minutos, finalmente o doutor mandou que ela entrasse.
Olá, sou o doutor Jorge, em que poderia ajudar tão formosa moça? Boa tarde, doutor, meu nome é Melissa e sofro de constantes crises de dor de cabeça. Certo. Há quanto tempo, sente essas dores? Doutor, muito tempo já, acho que desde a adolescência. Hmmm, e nunca procurou antes um especialista? Ah, vou confessar que não sou muito de ir a médicos e também sempre acreditei que isso iria passar com o tempo. Certo. Você mencionou dores de cabeça: qual a frequência destas? Aproveitando o ensejo, são somente estes os sintomas que sente? Ah, doutor, para dizer a verdade, essas dores não tem uma frequência definidida, aparecem do nada. E também, tenho tido uns pesadelos estranhos ultimamente. No último que tive, sonhei que estava me afogando...brrr, temo só de me lembrar disto. Ok, dona Melissa. Não, doutor, por favor, me chame somente pelo nome. Está bem. Melissa, sendo a primeira consulta ainda não tenho ideia do que se trata, mas tenho certeza que ao longo do tratamento, descobriremos e trataremos do seu problema. O que você me diz? Certo, doutor, mesmo que seja a primeira consulta, o senhor já me inspirou confiança. Ok, marcarei mais uma consulta então. Até mais, doutor Jorge. Até a próxima consulta, então, Melissa.
Naquela noite, mais tarde....

Amor, como foi a consulta? Ah, Alberto, ainda está cedo, por ser a primeira consulta, mas acredito que com o tempo, tudo dará certo e eu ficarei bem. Claro, meu amor, tomara que sim. Agora, que tal, deixarmos de conversa e ir lá em cima descansar um pouco? Descansar, você diz? Estou mais para exercícios físicos, do que propriamente descanso, se é que você me entende. Haha, vamos lá então. A propósito, esqueci de mencionar, a secretária ligou desmarcando a consulta de amanhã, pois o doutor terá que viajar por alguns dias. Ah, sim. E outra coisa, ela mandou lembranças. Ah, que gentil da parte dela. Ah, como é mesmo o nome dela? Ah sim, Sabrina.

domingo, 24 de maio de 2015

Hummm....Sabrina...

Capítulo 8

Abraçando a amiga, Melissa, estava toda sorridente. Afinal, não a via fazia dias. Ops, ou será que não eram só dois dias? Enfim, isso não importava naquele momento. Mas, Sah, sua vaca, por onde andava? Não havíamos marcado de nos encontrar na academia? Ué, não marcamos nada. E aliás, não fui na academia esses dias. Eu estava fazendo exercícios com um personal trainer lindo e muito do talentoso. Ah, sei bem que tipos de exercícios eram esses que você estava fazendo. Apesar que você com esse corpão todo aí, nem precisa muito de exercícios...Ah, bondade sua, Mel, você que é toda gostosa e tal. E aliás, que tal irmos agora àquela academia? Tem um novo instrutor lá que é simplesmente um arraso! Ué, e você ainda diz que não foi à academia, mas está sempre por dentro das coisas, hein? Ah, você sabe como é, é preciso sempre estarmos atentas a novas oportunidades, não é? Mas, que estranho, aparentemente, eu estava a caminho de algum lugar, mas deixa para lá, não vou lembrar mesmo, então bora para a academia. E aliás, não me culpe se o instrutor não tirar os olhos de mim, viu? Kkkk, essa sim é a Mel que eu conheço, gostosona e convencida! Ah, deixa de conversa e vamos logo, sua vaca. Entra no carro aí.
Partiram então para a academia. Lá, Melissa observou bem o instrutor todo novinho, musculoso, bonitão. Realmente, um espetáculo daqueles. Era realmente um arraso, como a Sah dissera. Ô, lá em casa, hein? Notou que ele a observava muito, mas como ele tinha que cuidar de várias alunas, obviamente não podia lhe dar a atenção que queria. Hmm, ah, por favor, moço, poderia me ajudar neste aparelho aqui? Com todo prazer. Enquanto isso, observava como Sabrina a olhava com inveja, mas conhecendo a amiga, sabia que apesar de ficar mordida, ela não ficaria com raiva dela por muito tempo, pois provavelmente ou daria um jeito por si própria de conquistar aquele homem, ou até mesmo daria em cima de outro. Dito e feito, observou enquanto em instantes a amiga se aproximava de um aluno da academia e lhe entregava furtivamente um bilhete. Ah, danada, não perde uma chance mesmo, nunca!
Sentindo um arrepio, pareceu-lhe que estava sendo observada, mas depois achou que era só imaginação. De qualquer forma, depois da academia, resolveram que iriam ao shopping, mas estranhamente Melissa não estava muito a fim de compras. Sentadas em uma mesa da praça de alimentação, comentou com a amiga que ultimamente sentia dores de cabeça intensas, mas que não devia ser nada. Ah, Mel, não se preocupe, você é uma pessoa forte e jovem, não há mesmo de ser nada, mas de qualquer forma, por que você não procura um médico, só por precaução. Engraçado, pera aí, acabei-me de lembrar. Já ouviu falar do doutor Jorge Mendes? Dizem que é um médico recém chegado e que seria muito bom. Fora que o danado é bonitão e de família rica. Imagina só que partidão seria, hein? Ah, você é uma peste, mesmo, Sabrina. Você não se casa, mas a mim sempre está tentando arranjar marido. Mas, sei lá, pensando bem, por que não procurar o tal médico. Mas, não pense que é por ele ser bonitão e rico, não, fique sabendo. Haha, nem estou falando naaaadaaa, hahaha.
Depois de despedirem-se, Melissa seguiu para sua casa, e Sabrina para a sua. Fez tudo como o combinado? Com certeza, você me conhece, sabe como sou profissional. Falando nisso, que tal você me pagar um jantar, estou varada de fome. Hmm, seria uma ótima pedida...Sabrina...

domingo, 17 de maio de 2015

Sabrina?

Capítulo 7

Ainda refazendo-se do susto do pesadelo e agora sendo confrontada por ambos, marido e filho, Melissa também se perguntava interiormente como aquele bilhete surgira ali. Por fim, disse pro filho que não sabia de tal bilhete, nem como ele fora parar ali, e foi para o banheiro se recompor.
Lavando o rosto, por um breve instante, veio-lhe à mente uma lembrança suprimida, mas que logo se desvaneceu... De repente, sentiu novamente uma forte pontada na cabeça, tão forte que sentiu como se fosse perder os sentidos. Ai! De novo essa dor maldita!
Estranhamente, a dor passara logo e ela foi para o quarto confrontar o marido sobre o tal bilhete. Mas que bilhete seria esse? E, Jorge? Não me lembro de conhecer nenhum Jorge, que estranho...Ah, amor, realmente não sei que bilhete é esse e nem conheço tal sujeito. Jorge, é isso? Que estranho, não me lembro desse nome, juro. Ah, amor, tudo bem, não se preocupe. O Marinho me passou o bilhete e quando li, vi que se trata de um tal Dr. Jorge Mendes. Provavelmente, em mais uma de suas crises, alguém te entregou um cartão e você não se lembra. Vamos, se acalme. Você sabe que sempre soube de suas crises e o que mais quero é te ajudar. Vamos apoiar a mamãe, certo, filhão? É isso aí, pai, pode contar comigo! Ó, meus dois amores. Ah, agora estou me lembrando, mamãe já tinha comentado sobre esse doutor, então, acho que ela mesma me entregou o bilhete. Bom, quem sabe, ele possa me ajudar. Deixe-me ver cá o bilhete.
De fato, Melissa ligou para a clínica do Dr. Jorge e acabou marcando uma consulta naquele dia para as duas da tarde.
Quando seguia para lá, durante o trajeto mais uma vez outra crise de dor de cabeça. Ai, que dor maldita! Droga, e agora para onde eu estava indo mesmo? Ué, acho que estou ficando esclerosada, e nem passei dos dezoito ainda. Onde andará aquela vaca da Sabrina? O duro que ela nunca me passa o telefone dela, assim fica dificil achar a criatura!
De repente, ao virar em uma esquina, ela avistou uma pessoa conhecida. Ah, finalmente, encontro aquela vaca! Estacionando o carro, saiu rapidamente e gritou toda eufórica: Sabrina, sua vaca! Por onde você andava? faz dias que estou te procurando e não te encontro nunca. Virando-se para ela, a linda moça sorriu em sua direção.